“A hamburgueria mais pobre do mundo”: conheça a Madre Teresa Deli
Chefiada por Daniel Larsan, casa localizada em Taguatinga Sul aposta em receitas artesanais e ambiente rústico
atualizado
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A fachada branca com linhas azuis da pequena loja em Taguatinga Sul lembra as vestes da Santa Madre Teresa de Calcutá. A missionária católica ficou conhecida pela dedicação aos pobres, o que lhe concedeu um Nobel da Paz em 1979 e o título de Santa em 2016. E é essa mulher que inspirou o nome da hamburgueria de Daniel Larsan, a Madre Teresa Deli. Ou, como ele gosta de definir, “a hamburgueria mais pobre do mundo”.
“O nome é uma homenagem a Santa Madre Teresa de Calcutá associada à contração de delicatessen (deli). Ela apareceu em um momento da minha vida em que tudo que ela praticava fez sentido para mim também, e me ajudou bastante. E eu tenho ela como uma santa de devoção, por isso colocamos o nome”, conta Larsan, que é católico e faz parte do movimento cristão Caminho Neocatecumenal.
A hamburgueria foi inaugurada em março de 2020, em meio à pandemia, e marcou uma mudança na vida para o proprietário. “Eu juntei a paixão por churrasco com a necessidade de, como pai de família, me reinventar para sustentar meus filhos”, lembra. A família e a fé estão sempre presentes no ambiente. Daniel é casado com Andressa, com quem tem seis filhos. Na escadinha, a primogênita é Mariana (9), seguida por Bento (8), Francisco (7), Luiza (5), Tereza (2) e o pequeno Joaquim (11 meses).
A esposa é quem cuida dos detalhes que fazem o Madre Teresa Deli funcionar a noite. Durante o dia, ela garante a limpeza dos uniformes dos funcionários, assa bacon e biscoitos. Isso além de cuidar das crianças.
Artesanais e saborosos
A ideia de simplicidade vai da porta de entrada aos pratos servidos aos clientes. Mas, mesmo simples, o cardápio da hamburgueria promete uma experiência saborosa para quem passa por lá. O menu conta com uma variedade de ingredientes produzidos artesanalmente no local. Na lista de produções próprias estão o pastrami, que leva 18 dias para ficar pronto, catchup, maionese de alho, sour cream, american cheese e picles.
“É lindo você mesmo cozinhar o que oferece. Para nós, isso faz sentido, é para isso que existimos, para sermos únicos. Oferecemos o nosso amor em forma de comida. Isso se traduz em hambúrgueres feitos com a melhor carne que existe ao nosso alcance, o melhor pão que temos no mercado. Assamos no carvão com uma técnica exclusiva. É carinho em forma de lanche”, explica Larsan, que também é responsável pela criação das receitas.
No menu, a estrela principal é a Tagua York Fries (R$ 25). “Todo mundo que vem aqui pede de entrada a Tagua York”, revela o proprietário. O prato, batizado com um dos divertidos apelidos de Taguatinga, leva batatas fritas temperadas, fatias de pastrami, queijo cheddar, sour cream, chimichurri e limão.
A carta de hambúrgueres é sucinta, mas também tem seus destaques. Carros-chefes da casa, Chesterton e Santa Cruz dividem espaço com Ortega e Deli. Batizado em homenagem ao filósofo G K Chesterton, o Chesterton (R$ 33) leva bife Angus 180g, american cheese, fatias de pastrami, cebola, picles e sour cream, tudo isso em um pão prime.
Já o Santa Cruz (R$ 30), que reverencia São José de Anchieta, é feito com bife Angus 180g, cheddar, bacon assado com açúcar mascavo, e melado de cana no pão pretzel. A lista também conta com o Ortega (R$ 28), com pão brioche, bife Angus 180g, maionese de alho, vegetais defumados, chimichurri, limão siciliano; e o Deli (R$ 25), uma versão do cheeseburger, com pão pretzel, bife Angus 180g e queijo cheddar.
Entre a rusticidade e a fé
“Um buraco escuro, uma casa de pobre.” É assim que Daniel Larsan começa a descrever a hamburgueria que vem construindo no último ano. A proposta do espaço é oferecer aconchego, mas sem luxos. A decoração obedece uma mistura de estética rústica e industrial, com tijolos e canos à mostra, móveis de segunda mão e plantas espalhadas pelo salão.
Os itens da decoração remontam ainda à fé do proprietário. Além das faixas azuis na parede branca, em alusão às vestes de Madre Teresa, o espaço conta com um altar, quadros e imagens de santos espalhados. Isso, além de mensagens de amor e fé pintadas em placas e paredes. O teto é escuro e representa os locais por onde a Santa passou. Daniel Larsan conta que Madre Teresa ouvia mensagens de Jesus que a convidavam à lugares escuros, onde estariam as pessoas mais pobres e necessitadas.
Por fim, para ele, o espaço também reflete um pouco de como as pessoas são e da importância que a religião pode ter na vida delas. “É uma representação de quem é o ser humano. Que pode ter uma fachada interessante, mas quando mergulhamos dentro, vemos coisas quebradas, velhas”, reflete o proprietário.
Serviço
Madre Teresa Deli
QSD 53, lote 2 – Próximo à estação de metrô Taguatinga Sul. De terça a sábado, das 18h30 às 23h. Delivery pelo iFood e take out pelo WhatsApp no número (61) 99928-6414.