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Vinho com rolha de cortiça é melhor? Sommelier desmente o mito

Outros materiais, como a screw cap, fazem um bom trabalho para cerca de 90% dos rótulos

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Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
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Na França, país que produz os vinhos mais cobiçados do mundo, uma pesquisa realizada pelo instituto Opinion Way apontou que 83% dos consumidores preferem que a rolha seja de cortiça. Pesquisas realizadas na Espanha e nos Estados Unidos confirmam a preferência. Na Espanha, segundo dados do Iniciativa CORK, o material é considerado a melhor forma de selar os vinhos de cavas (o espumante da Catalunha).

Apesar da preferência dos consumidores, avaliar a qualidade de um vinho pelo material da rolha é uma técnica bastante imprecisa. Praticamente, um mito.

O sommelier Rodrigo Leitão afirma que, na maioria dos casos, preferir a rolha de cortiça é sem sentido. De acordo com ele, a necessidade da vedação com o material não se aplica a 90% dos casos. São os vinhos de consumo imediato, encontrados em mercados, adegas e restaurantes.

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Entre as alternativas estão a vedação de borracha, de silicone, de materiais sintéticos e a tampa de rosca (conhecida no mundo dos vinhos como screw cap)
Algumas uvas, do contrário, não foram feitas para serem guardadas em rolhas de cortiça. As perecíveis, como a sauvignon blanc e pinot noir sem madeira, podem passar do ponto mais rapidamente devido aos poros da rolha
O sommelier explica a diferença entre os tipos de rolha
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"Os vinhos com a média de preço de R$ 50, ou safra até 2012, não são vinhos para serem amadurecidos. Guardá-los não faz sentido."

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Entre as alternativas estão a vedação de borracha, de silicone, de materiais sintéticos e a tampa de rosca (conhecida no mundo dos vinhos como screw cap)

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Algumas uvas, do contrário, não foram feitas para serem guardadas em rolhas de cortiça. As perecíveis, como a sauvignon blanc e pinot noir sem madeira, podem passar do ponto mais rapidamente devido aos poros da rolha

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O sommelier explica a diferença entre os tipos de rolha

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Uma pesquisa da revista Wine Spectator revelou que 89 dos cem melhores vinhos eleitos pela publicação possuem rolhas de cortiça. Isso pode ser explicado pelo fato de que muitos desses rótulos premiados são de guarda –  um dos tipos que necessita do vedante clássico.

Rodrigo Leitão explica: “Os vinhos de guarda são os vinhos de safras selecionadas e notas gustativas complexas, que foram produzidos pelo enólogo com o objetivo de ficarem acondicionados por uma média de dez anos. São itens com preços mais altos, e que vão amadurecendo com o tempo. O papel da cortiça, nesse caso, é crucial. Ela é composta por micro poros que permitem a penetração de ar em uma medida específica que não sufoca nem oxida o vinho.”

Muitos vinhos chilenos que circulam no mercado brasileiro já não usam a cortiça. Há substitutos sintéticos com a mesma aparência, mas, para os ‘desconfiados’, Rodrigo dá a dica: “Rolhas pretas e muito claras, ou brancas, necessariamente são sintéticas.”

Método
O costume de enófilos de cheirar a rolha, de acordo com Rodrigo, esse sim tem uma finalidade. “A aproximação da rolha com o nariz revela a umidade da garrafa. Vinhos acondicionados corretamente são úmidos.”

Rodrigo Leitão dá a dica: “Cuidado com rolhas que se partem. Elas indicam que os vinhos estavam guardados na vertical. Assim, sem contato da bebida com a rolha, ela seca e se parte.” E completa: “Algumas pessoas até esfregam a rolha no guardanapo para ver se sai a tinta da uva. Isso prova que a garrafa estava na horizontal”.

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Rodrigo lembra que a prática de extração da cortiça, oriunda da casca da árvore conhecida como sobreiro, vem se tornando um pouco mais difícil, devido ao enrijecimento das leis portuguesas (mais da metade da produção vem do país). Apesar de sustentável, é um processo caro e não tão necessário.

De acordo com ele, já há pesquisas que buscam a substituição do material e analisam a degradação de outras opções com o tempo. Isso para que haja alternativas que também substituam a cortiça nos vinhos de guarda.

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