Papo espresso: conheça o gahwa, café tradicional do Catar
Café gahwa é símbolo de generosidade e hospitalidade. Bebida virou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco em 2015
atualizado
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Servir um café fresquinho para as visitas é sinal de hospitalidade em uma casa brasileira. Contudo, essa prática não acontece apenas em terras tupiniquins: no Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022, oferecer café também é tradição.
A bebida árabe, contudo, é um pouco diferente da consumida no Brasil. Por lá, o líquido é amarelado, tem consistência de chá e forte sabor de especiarias. O nome também é outro: gahwa. A origem se deu há pelo menos 600 anos, com a introdução do café etíope na região. A composição, feita a partir de grãos de café tostados e cozidos, além de cardamomo e açafrão, continua a mesma.
Normalmente, o chefe de família é quem prepara o gahwa para os convidados. A bebida, então, é oferecida pelos filhos mais jovens. Tradicionalmente, o líquido é distribuído com a mão esquerda em uma cafeteira chamada dallah. Ainda é dividido em pequenas taças com o nome de finjans, que devem ficar cheias até um quarto de sua capacidade para que não se queime a mão direita, utilizada para consumir a bebida. A degustação também é acompanhada de tâmaras.
A forma de comunicar para os donos da casa que você já está satisfeito é agitando o finjan, em vez de dizer em voz alta. O costume é uma herança do passado, em que pessoas evitavam o vazamento de assuntos políticos e militares.
O café árabe virou patrimônio da Unesco
Em 2015, uma iniciativa dos Emirados Árabes Unidos, da Arábia Saudita, do Omã e do Catar fez o gahwa ser aceito como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. “Servir o café árabe é um aspecto importante da hospitalidade nas sociedades árabes e é considerado um símbolo de generosidade”, afirmou a Unesco na ocasião.