Papo Espresso: cafés “com fezes” e cuspidos são os mais caros do mundo
Conheça os cafés que têm “ajuda” de animais durante o processo produtivo. As opções englobam fezes de elefante e grãos cuspidos por macacos
atualizado
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Fezes de animais, grãos esmagados por elefantes e frutos “degustados” por macacos: os cafés mais caros do mundo envolvem técnicas de cultivo curiosas que envolvem animais e, pasme, elevam a categoria da bebida. Com um processo produtivo para lá de diferente, esses grãos estão na elite cafeeira e contam com preços exorbitantes, chegando a custar valores de três dígitos por xícara.
Considerados cafés de luxo, eles são mais raros e podem ser encontrados na internet. Contudo, por ter bichos envolvidos na fazedura, vale a pena pesquisar a origem antes de consumir, afim de evitar custear possíveis maus-tratos. Além disso, esses cafés não podem ser considerados veganos.
Confira quais são:
Kopi Luwak
Mais famoso de todos, o Kopi Luwak é produzido na Ilha de Bali, na Indonésia. Ele é fabricado a partir das fezes da civeta (mamífero que, após engolir, libera ácidos e enzimas sobre o fruto antes de expeli-lo com as fezes). Este processo garante uma fermentação natural que resulta em uma bebida com notas de frutas vermelhas, zero de acidez e pouco amargor.
O quilo do Kopi Luwak é vendido por um preço médio de US$ 2.880 (cerca de R$ 14.700), valor mais alto ao redor do mundo.
A popularidade do Kopi Luwak explodiu após o café aparecer em um programa da apresentadora americana Oprah Winfrey e no filme Antes de Partir, estrelado por Morgan Freeman e Jack Nicholson, em 2007. Muitos revendedores promovem o produto como um artigo silvestre, colhido nas florestas a partir de excrementos de animais livres na natureza.
Apesar do sucesso, uma reportagem da BBC revelou, em 2013, que algumas empresas escravizavam os animais para uma produção maior do café. Disfarçados como compradores, repórteres do jornal visitaram produtores que vendem os grãos em Sumatra. Nas fazendas, eles encontraram gaiolas mal cuidadas e apertadas, além de um civeta gravemente ferido, em cenas que contrariam a imagem vendida aos consumidores de “produto silvestre”.
Black Ivory Coffee
Lançado recentemente após diversos estudos científicos sobre o assunto, o Black Ivory Coffee é cultivado em plantações acima de 1.500 m de altitude na Tailândia.
Esse café é esmagado por elefantes antes de ser engolidos pelos animais. O fruto passa pela digestão natural do mamífero junto a frutas e ervas presentes na ração dos elefantes antes de ser expelido nas fezes. Após a torra dos grãos, a bebida apresenta notas de grama e de chocolate com canela, além de acidez baixa. O quilo custa em torno de US$ 1.200 (cerca de R$ 6.100).
Monkey Coffee
Cultivados em Taiwan, os grãos do Monkey Coffee passam por macacos, que comem o exterior da fruta e cospem os grãos. Depois disto, eles são colhidos, lavados e secos naturalmente ao sol antes de serem torrados e moídos. A bebida contém notas de caramelo e baunilha com altos níveis de doçura e acidez média. O quilo custa US$ 700 (cerca de R$ 3.500).
Jacu Bird Coffee
O representante brasileiro da lista é produzido no Espírito Santo e ocupa a segunda posição entre os cafés mais curiosos do mundo, depois do Kopi Luwak.
Cultivada com autorização do Ibama, esta iguaria é retirada das fezes do jacu, que engole o grão inteiro sem mastigá-lo. No estômago do pássaro, o café absorve ácidos e enzimas que garantem baixa acidez, amargor e doçura média à bebida, rica em notas de jasmin. O quilo pode ser comprado por US$ 1.150 (cerca de R$ 5.900).
Saiba onde comprar o Jacu Bird Coffee: