Papo Espresso: café com cogumelo ou cachaça é tendência; entenda
Confira como é feito o café “infusionado” com esses ingredientes e saiba detalhes dessa curiosa tendência do mercado cafeeiro
atualizado
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Assim como toda bebida feita para ser degustada com prazer, o foco do café é o sabor. Ele normalmente advém da torra, que pode ser clara, média ou escura. A forma como esse processo é feito resulta em notas sensoriais no grão. Esses sabores diferentes não tem nenhum aditivo. Pelo contrário, são apenas gostos que remetem a algo, como melado de cana ou frutas amarelas. Porém, é totalmente subjetivo, já que cada pessoa pode sentir na língua um sabor diferente (e está tudo bem!).
Contudo, para alegria de uns e desespero de outros, os cafés “infusionados” estão fazendo sucesso nas gôndolas de mercado. Eles contam com a adição de ingredientes como frutas, especiarias, flores, alimentos in natura e até óleos essenciais. A prática, contudo, não é aceita por todos dentro do universo “cafeeiro”.
“Tem alguns produtores que fazem experimentos, na hora de tirar a umidade do café (secagem), e acrescentam frutas para uma fermentação em contato com a acidez da fruta. Mas tem produtores conservadores que não gostam desse tipo de fermentação”, explica a barista Sulayne Shiratori.
Segundo ela, apesar de profissionais “puristas” torcerem o nariz, o mercado aceita tudo. “Vai de gosto mesmo. É claro que essas ‘interferências’ acabam refletindo um pouco no sensorial, mas não quer dizer que vai perder qualidade”, comenta. Ela ainda firma que há cafés “saborizados”, que levam aromas artificiais. “Havia também o hábito mais antigo de borrifar sabores ‘fakes‘ no momento da torra”, exemplificou.
A escolha, no entanto, não é do barista, do produtor ou do mestre de torra. “Vai do consumidor querer investir nesse tipo de produto. É válido que o cliente goste e procure esse tipo de café”, pontua a profissional.
Algumas propostas são bem ousadas, como a da Grow. A empresa de Aracaju (Sergipe) é especializada em cafés orgânicos e bebidas funcionais plant based. Recentemente, eles criaram o drip coffee (café já moído com coador de papel, com a proposta “to go”) funcional com adição de cogumelos. O lançamento ainda não está disponível para venda.
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Outro exemplo é o “café bêbado”, feito por uma dupla de produtoras de Divinolândia, em São Paulo, da empresa Grão Arabela. Nesse caso, é elaborado com grãos maturados em uma barrica de carvalho americano, que ficou com cachaça por seis anos. O comensal encontra a iguaria no Ovelha Negra Cafés por R$ 78.
Café Âmbar
Dá para fazer seu “infusionado” em casa
Segundo Sulaine, há ainda a possibilidade de fazer a bebida em casa, caso a pessoa queira provar algo diferente. Vale passar o tradicional cafezinho com canela em pau ou cardamomo, por exemplo, para obter um sensorial diferente.
“Para os gelados, eu já fiz com rodelas de laranja ou limão. Fica bem gostosinho e funciona bem também para acrescentar ao cold brew“, finaliza.
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