No Dia da Cerveja, comemore com produção local e fresca: veja quem faz
Diferentemente do vinho, a cerveja artesanal é mais saborosa se consumida fresca. Em Brasília, não faltam opções
atualizado
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Beber cerveja artesanal é quase como comer uma fruta: quanto mais fresca, melhor. Se for de produção local, a vantagem aumenta. Para comemorar o Dia Internacional da Cerveja – data estabelecida em 2007 na Califórnia e celebrada todo 2 de agosto –, não faltam opções brasilienses. Os candangos estão interessados no assunto, seja para fabricar, seja para degustar.
“Eu costumo dizer que cerveja boa é a que a gente vê de casa. Quanto mais próxima, mais fresca, melhor. Se você pegar um morango recém-colhido, é muito mais gostoso que um congelado. Faz toda diferença. Não é à toa que, hoje em dia, praticamente não se importa mais IPA para o Brasil”, argumenta Tiago Mota, sócio da cervejaria brasiliense Metanoia.
“Cerveja é um produto perecível, não é longevo. Não é como o vinho. Essa é uma vantagem competitiva que temos, porque estamos perto do consumidor, nosso produto é sempre muito fresco”, pontua Ronaldo Morado, diretor-executivo da Hop Capital Beer. Para ele, no entanto, o público tem preferido a cerveja artesanal fabricada por aqui não só pelo frescor mas também pelo apelo da produção local.
“A cultura cervejeira tem raízes regionais no mundo inteiro, não é um fenômeno brasileiro. Essa identificação com o produto local é notória, e em Brasília tem essa questão. Além de sermos uma marca brasiliense, temos uma grande variedade de estilos que agrada ao público. As pessoas sentem uma valorização da qualidade”, comenta Ronaldo.
A curiosidade, Tiago garante, é outro fator que atrai a clientela. A cerveja mais barata do bar na Asa Sul é a pilsen: um copo de 300 ml custa R$ 7. Com doses que podem chegar a R$ 35, é preciso cativar o público. “A ideia é trabalhar com esse perfil: o cara que vem procurando a pilsen, mas está intrigado com tantos estilos. Por isso, dispomos de copinhos de 100 ml, para os curiosos conhecerem coisas novas”, conta.
A curiosidade do consumidor não para na variedade de estilos. Na Hop Capital Beer, foi possível aplicar o conceito de brewpub – um bar no mesmo prédio onde a cerveja é fabricada – no SIA. A proximidade da Asa Sul e de regiões administrativas como o Guará garantiu o giro de público. “Toda cervejaria gostaria de ter um bar, mas as leis inviabilizam”, lamenta o diretor. No Brasil, não é possível ter uma fábrica em regiões residenciais: um estabelecimento assim não pode operar no Plano Piloto, por exemplo.”
Em um brewpub, o cliente não só bebe a cerveja de olho nos tanques de fermentação bem ao lado de sua mesa mas também pode visitar a produção e aprender um pouco mais sobre o processo da produção artesanal. “É como visitar uma padaria e observar quem faz o pão que você está comendo. A gente gosta de promover visitas guiadas à fábrica. Às vezes, a pessoa está ali bebendo um chope e vai dar uma olhada em como é feita”, conta Ronaldo.