Empresário Lawrence Barbosa enfrenta desafio de provar 1001 vinhos
Ele já experimentou 382 rótulos dos citados no livro “1001 Vinhos Para Beber Antes de Morrer” e quer concluir o desafio em meados de 2018
atualizado
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“Toda experiência é válida”. Essa é uma das máximas de Lawrence Barbosa, 34 anos. E com esse pensamento, o paraibano radicado em Brasília decidiu cumprir um ousado desafio: provar todos os vinhos indicados no livro “1001 Vinhos Para Beber Antes de Morrer”.
O autor da publicação é o britânico Hugh Johnson, um caçador de vinhos como Lawrence. Johson ganhou fama por, em 1964, ter degustado um rótulo alemão do ano de 1540 — um dos vinhos mais velhos a terem sido provados na história recente.Vinhos de R$ 50 a R$ 60 mil
Para o paraibano-brasiliense, o desafio começou em novembro de 2016. Até agora, 382 rótulos já foram experimentados. “No início, achei meio impossível fazer tudo, mas agora que contei o número já bebido, achei extremamente viável.” Lawrence pretende abrir as mil e uma garrafas até meados de 2018.
No livro, há rótulos para todos os gostos e de preços variados. Ele conta ter bebido vinhos que vão de R$ 50 a R$ 60 mil. “Cada garrafa aberta é uma experiência, uma ansiedade pra saber o que você vai encontrar.”
Ao ler o livro é possível viajar. Dá para ter a experiência do lugar, a história do lugar, porque eu acabo estudando, lendo sobre. É como se você pudesse viajar vários lugares no mundo estando em um lugar só. É encantador
Lawrence Barbosa
Há seis anos Lawrence Barbosa se interessa pelo mundo dos vinhos, e começou a trabalhar com o produto, quando se tornou sócio do Domaine Bar a Vin (104 Sul), em novembro de 2016. Anteriormente, era empresário da área de TI. Nascido em João Pessoa (PB), mora em Brasília há 17 anos.
“O vinho não é para você beber e ficar bêbado, é para você flutuar. Ele requer um ritual. Em todas as culturas, em todos os lugares do mundo, o vinho é tratado como um ser, com carinho, com apreço.”
Vinho é alimento
Além de toda a diversão do desafio, o empresário leva bem a sério a relação da bebida com a humanidade. “Estou aprendendo a lidar com diferenças e o vinho aproxima essas diferenças. O vinho une as pessoas”, afirma ele, acrescentando que encara o vinho como um alimento, não como bebida. “Vinho é bíblico”.
Lawrence diz que costuma beber sem ter uma ocasião específica. Pode ser em casa, na rua, com amigos… É circunstancial. Se está num momento adequado, ele bebe. Também nega ter um cronograma específico para cumprir o roteiro do livro, nem segue a ordem das páginas à risca.
Ver no livro é uma coisa. Implantar e implementar é outra coisa. Porque no livro você fica no mundo imaginário. Quando você bebe, descobre vinhos de que gosta, e também de que não gosta e nem deveria ter bebido.
Lawrence Barbosa
Comentários no Instagram
Até agora, o desbravador de garrafas não deixou de gostar de nenhum dos vinhos que experimentou, mas já provou um “passado”. Era um Chateau Mouton, 1980. “Me senti frustrado”. Lawrence costuma postar em sua conta no Instagram fotos das garrafas com breves descrições. Já são mais de 70 registradas.
Sobre as preferências pessoais, ele é tranquilo. Para ele, os melhores vinhos do mundo são vários. Não há um só. “Varia muito, depende da opinião. É gosto pessoal, porque nesse nível a diferença é muito sutil. Para mim, vence o Chateau Petrus”.
Transporte, armazenagem, temperatura, tudo pode mudar as características do vinho. Lawrence chega a afirmar que é muito difícil ter duas garrafas de um bom vinho que sejam iguais. “A que eu abri hoje, meia hora depois já terá um sabor diferente.”
Perfil brasiliense
Brasília, na avaliação de Lawrence Barbosa, oferece boas oportunidades para quem se aventura em conhecer vinhos. A cidade tem bons lugares para se beber, boas importadoras e não fica devendo a nenhum lugar do mundo em questão disso, garante.
Para ele, o Distrito Federal é tão bem abastecido que pode ser até comparado a São Paulo: “São cidades privilegiadas. Você pode encontrar rótulos aqui que não encontra em outro lugar, edições limitadas, de apenas mil garrafas, por exemplo. No mundo inteiro. E dá para ver isso em Brasília. É um público exigente, com um número muito grande de mulheres.”