Dia do Vinho do Porto: 7 curiosidades sobre a famosa bebida portuguesa
O Metrópoles conversou com Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo, para saber mais sobre a bebida
atualizado
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O vinho do Porto é conhecido em diversas parte do mundo. Essa preciosidade da vinicultura, apesar de famosa, divide opiniões: por ser mais licoroso e doce, há quem ame e não goste. Independente disso, não há como não reconhecer sua importância, afinal, essa bebida tem um dia só para ela. Nesta terça-feira (27/1) é comemorado o Dia Internacional do Vinho do Porto, uma iniciativa criada em 2012 pelo Center for Wine Origins, uma instituição norte-americana da qual o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto faz parte.
O que muita gente não sabe é que esse vinho é mais versátil do que se imagina e se engana quem pensa que ele parou no tempo. Para esclarecer algumas curiosidades sobre ele, o Metrópoles conversou com o Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (ABS-SP). Confira:
Nem só de tinto vive o vinho
As empresas do setor, além de produzirem uma gama de tintos de alta qualidade, também podem oferecer opções de Vinho do Porto branco e rosé. “Eles costumam ter características mais refrescantes e jovens, ideais para dias mais quentes e como protagonistas em drinques”, conta o sommelier. De acordo com o expert, existem quatro tipos: Tawny (envelhecido em pipa), Ruby (envelhecido em garrafa), branco e rosé.
Colheita à moda antiga
A colheita das uvas (nas chamadas vindimas) é feita a mão, até na mais moderna das vinícolas. E a pisa das uvas de alguns dos melhores vinhos também é feita pelo homem, de forma mais rústica, apesar de existir máquinas que façam esse processo. “Aliás, as primeiras quatro horas da pisa das uvas são muito importantes e precisam ser sincronizadas entre os participantes. É bem divertido de fazer, e o resultado é impressionante, de fato”, comenta.
Fogo no vinho
Uma garrafa de Vinho do Porto “vintage” precisa ser aberta a fogo, pois a rolha pode se desfazer com o procedimento comum, e deve ser consumido rapidamente. “Isso é feito, pelo menos, nas garrafas da década de 1980 para trás. E elas não são tão raras quanto achamos que são…”, frisa o profissional.
De dentro para fora
86% do Vinho do Porto produzido é exportado, sendo que, destes, 20% são destinados apenas para o mercado francês. Além da França, os principais mercados que recebem o produto são Inglaterra e Holanda. O Brasil também tem investido bastante em provas e apresentações desse vinho.
Pequena produção própria
Ao todo, são aproximadamente 33 mil viticultores na região do Douro, em Portugal. Porém, a maior parte dessas pessoas só tem um hectare de vinha. “Quando não produz seu próprio vinho, reunindo familiares e amigos na quinta para colher e pisar as uvas, o proprietário vende-as para cooperativas e outras empresas produtoras de vinho”, comenta Arthur.
Além disso, nem todas as pessoas que produzem, mesmo em pouca quantidade, podem comercializar o Vinho do Porto na região do Douro Vinhateiro. “Há instrumentos especiais para estudar e classificar as plantações de uva. É preciso que seja feita uma avaliação da vinha a partir de sua inclinação e exposição solar. Para isso, é usado uma escala de 0 a 1200 pontos para, então, classificar as videiras entre as categorias de A a F. O proprietário que tem a letra A é beneficiado por poder vender anualmente mais Vinho do Porto do que aquele que tem a letra F, por exemplo.”
Vinho do Porto “tem que ser do Porto”
No país, são cerca de 100 castas certificadas para a produção de vinhos do Douro e Porto. Para ser vinho do Porto ou do Douro é necessário que as castas sejam portuguesas e certificadas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto – IVDP.
O futuro é orgânico
Já existe o interesse de algumas empresas na produção do Vinho do Porto orgânico (chamado de biológico em Portugal) e com boas apostas no ramo, como o Fonseca Porto Terra Prima.