Crise gerada pela pandemia deixa fabricantes de cerveja sem garrafas
A conclusão é de um estudo do Credit Suisse. Sindicato das indústrias de cerveja nega relação com aumento da demanda
atualizado
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Um das consequências da pandemia é que o consumo de álcool pelos brasileiros aumentou: em casa, as pessoas estão bebendo mais para passar o tempo. Por conta dessa mudança de comportamento, o mercado está aquecido. Porém, a crise econômica gerada pela pandemia, afetando toda a cadeia de insumos, fez com que os fabricantes de cerveja lutem com uma dificuldade: conseguir comprar garrafas de vidro.
Relatório do Credit Suisse, de 29 março, assinado por Marcella Recchia e Henrique Rocha, indica que a falta de garrafas de vidro devem seguir até 2023.
“Mesmo com a suposta desaceleração do consumo em fevereiro, impulsionada por subsídios governamentais mais baixos e o preço mais alto da cerveja, a indústria não foi capaz de construir estoques, o que levou a uma continuação nas restrições de capacidade”, diz o texto, divulgado pela CNN Brasil.
Em nota enviada ao Metrópoles, o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja afirma que o atual problema com as garrafas de vidro não está conectado ao aumento do consumo. Os fabricantes avaliam que a questão é resultado do impacto da pandemia na cadeia produtiva de insumos, que atinge a outros setores que dependem desse tipo de embalagem.
“O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) esclarece que a falta de garrafas que o mercado vem enfrentando é um reflexo do impacto que a pandemia gerou no cadeia de insumos e produção de embalagem – e que vem afetando diversos segmentos. Especificamente no setor cervejeiro, estamos enfrentando desafios pontuais com alguns insumos inerentes ao negócio, mas buscando junto aos fornecedores soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo”, diz a nota.
Solução
Para driblar a questão, algumas marcas tem optado por importar as garrafas ou adaptar a produção. Segundo estimativas, o mercado nacional de produção de garrafas de vidro cresceu de 6% a 7% em 2020, porém, a demanda foi maio. Um novo incremento, de 8% a 10%, até 2023, deve estabilizar a situação.
Os grupos mais afetados foram Heineken e Petrópolis. A empresa holandesa optou por importar garrafas, enquanto o grupo brasileiro transferiu parte da produção para latas. A Ambev foi a que sentiu menor impacto nesse mercado.