Papo espresso: café especial é caro? Confira opções a partir de R$ 16
No Papo Espresso desta sexta-feira (28/10), explicamos o motivo do café especial ser considerado caro e apresentamos opções mais em conta
atualizado
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De manhãzinha, o cheiro de café invade a casa do brasileiro. A bebida integra o ritual diário que impulsiona milhões de pessoas a seguirem em frente com a vida. Apesar de ser uma presença garantida no cotidiano verde e amarelo, pouca gente ainda faz questão de saber de onde vem o café que toma. Talvez por isso, inicialmente, tenha havido um certo “nariz torcido” da população para os cafés considerados especiais.
Com o tempo, o grão de alta qualidade mostrou a que veio, comprovando sua qualidade superior, se comparado ao consumido diariamente. Mas, o que é um café especial? Para entender suas características – diferente do gourmet, que está em uma categoria abaixo – é importante conhecer a Metodologia de Avaliação Sensorial da Specialty Coffee Association (SCA), citada no último Papo Espresso, sobre o melhor tipo para você tomar no dia a dia.
Retomando rapidamente o assunto, para um café ser considerado especial, ele deve atingir ou superar os 80 pontos em uma escala de 100. Ele é classificado em um processo chamado cupping, em que as características sensoriais do café são avaliadas.
Aquele café estilo “casa da vovó” ou que servem no escritório à tarde até pode ter relações afetivas com sua memória sensorial, mas passa um pouco longe dos altos índices de qualidade. Já os cafés especiais são minuciosamente selecionados e passam por rigorosos testes de qualidade, além de terem, geralmente, pesquisas científicas e investimentos tecnológicos para melhoria dos processos de produção.
Por que café especial é tão “caro”?
O grão especial pode custar até 60% a mais do que o tradicional encontrado no supermercado. Para o café atingir os altos padrões de qualidade, ele precisa de um alto investimento em solo, plantio e monitoramento minucioso de colheita e pós-colheita. Isso explica o preço elevado.
Segundo o produtor de café especial Márcio Luís Palma, à frente da Fazenda Limeira, em Altinópolis, no interior de São Paulo, o café demora, em média, cinco anos para ter retorno nos investimentos a partir do plantio. “É lento, mas vale a pena”, contou.
Márcio afirma que a maior dificuldade, agora, é a falta de investimento, o que encarece a mão de obra desde o plantio. “A barreira é fazer o produtor antigo investir mais em capacitação, em processos e capacitação de trabalhadores. Isso tem custo, não é todo mundo que se propõe a investir. Em 90% dos casos são os filhos dos produtores que mudam essa concepção”, explica.
Depois, o café especial precisa de mais cuidados que o produzido em larga escala. Além disso, o controle de pragas e doenças segue uma outra dinâmica. “Neste caso, a qualidade final do produto começa ainda no momento do cultivo e na forma como os frutos são colhidos e processados, eliminando-se, muitas vezes, técnicas mecânicas e investindo-se em maneiras artesanais de se lidar com o café”, comenta o produtor.
A comercialização do produto também muda, dando origem a uma cadeia diferenciada. “Surgiram cafeterias especializadas em cafés especiais e artesanais. Métodos são feitos e estudados, torras são especializadas. É todo um investimento por trás, que demanda dinheiro e tempo”, confidenciou Palma.
Ele ressalta que, futuramente, o aumento da demanda tende a tornar os preços mais baixos, fazendo que o produto se torne mais democrático. “Nosso objetivo é fazer com que o café especial e de qualidade seja acessível a todos”, finaliza.
Tem café para todos os bolsos
O Metrópoles separou oito opções de cafés especiais a partir de R$ 16. Confira onde comprar: