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Bares do DF recorrem a canudos sustentáveis para se adequar a nova lei

Para presidente da Abrasel-DF, a legislação pode prejudicar as casas e o comércio de Brasília

atualizado

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Agora é lei: a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou o Projeto de Lei 976/2016, que proíbe o uso de canudos e copos de plástico em bares, restaurantes e nas repartições públicas de Brasília. A medida, no entanto, impõe mudanças aos empresários e gera dúvidas quanto à sua eficácia.

De autoria do deputado distrital Cristiano Araújo (PSD), a matéria agora segue para sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Caso o atual ocupante do Palácio do Buriti não se posicione até 31 de dezembro, a medida será decidida por Ibaneis Rocha (MDB).

A legislação prevê multa de R$ 1 mil a R$ 5 mil aos estabelecimentos que não se adequarem. Alguns bares da cidade anteciparam-se à norma legal e já retiraram os produtos. Um deles é o Pinella (408 Norte). Desde o começo deste ano, a casa abandonou os canudos e copos plásticos. “Fizemos isso por ideologia. Acredito que assim a gente faz a diferença. É uma forma de marcar posição”, comenta Flávia Attuch.

No Pinella, os canudos utilizados são o compostável (feito 100% de mandioca e milho) e o de inox. Mesmo assim, Flávia crê que a legislação não é suficiente. “O canudo virou a vedete do momento, mas é só uma parte do processo. Precisamos reeducar a população, atacar a produção desses materiais”, analisa.

O gastropub Mercadito (201 Sul) encontrou outra solução. A casa utiliza versão com aditivo oxibiodegradável, composto por lubrificantes e ácidos graxos derivados do óleo de coco da palmeira. Sem cheiro ou resíduos tóxicos, o produto transforma-se em água, biomassa e gás carbônico.

Felipe Menezes/Divulgação
Drinque do Mercadito com canudo biodegradável

 

“Nossa decisão de utilizar canudos biodegradáveis aconteceu antes mesmo de ela [essa exigência] ser discutida no Legislativo. Precisamos não só eliminar o de plástico, mas diminuir a geração de lixo e de desperdício. Somos de uma geração que está preocupada com o planeta”, afirma um dos sócios do Mercadito, Henrique Migras.

No Bierfass do Pontão, a mudança também foi realizada. Ivone Carvalho, uma das proprietárias da casa, revela que o canudo biodegradável custa R$ 0,18 por unidade, contra R$ 0,03 pela do de plástico. Apesar do custo, ela justifica a mudança.

“Assim como a comida e o atendimento, o cliente também se mostra cada vez mais exigente na questão de sustentabilidade”, completa Ivone.

Críticas
Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Distrito Federal (Abrasel-DF), Rodrigo Freire, a ideia é interessante, mas a lei pode gerar prejuízos aos comerciantes. “Concordamos quanto ao mérito, mas essa questão ambiental só vai mudar ao alterarmos a cultura do consumidor. É inadmissível deputados interferirem no livre-comércio dessa forma”, opina.

Rodrigo questiona os custos trazidos aos pequenos comerciantes. Ele acredita que a norma pode inviabilizar negócios baseados apenas em produtos de plástico. “O trabalho é de conscientização. Mas não faz sentido proibir nos bares e seguir vendendo [canudos plásticos] no supermercado. Ataca-se o pequeno empreendedor e apoia-se o grande industrial”, avalia.

Autor do projeto de lei, o deputado Cristiano Araújo (PSD) discorda dos apontamentos do representante do setor de bares e restaurantes. “A crítica de que os canudos e copos sustentáveis custam mais caro e que por isso encareceriam os produtos vendidos em bares e restaurantes não se sustenta. Há uma infinidade de matérias-primas biodegradáveis mais baratas com as quais esses utensílios podem ser fabricados”, argumenta.

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