Amor que dá dinheiro: veja a história de 4 casais da gastronomia do DF
Chefs e empresários revelam como se conheceram e como é a rotina de trabalho conjunto
atualizado
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Existe um ditado que diz que a melhor forma de conquistar alguém é pela barriga. E ninguém melhor para agradar o estômago do que um chef de cozinha. Mas o amor vai muito além disso, como mostra a história de alguns casais da cidade que constroem negócios juntos e dissipam a máxima de que trabalhar com parente não dá certo.
Para mostrar o lado mais romântico da gastronomia, o Metrópoles conversou com quatro casais e divide com vocês essas histórias de amor e sucesso no Dia dos Namorados.
Esperando na janela
“Ele sempre foi apaixonado por mim”, brinca Marcella Petrarca ao falar sobre como começou a história de amor com Marcelo Petrarca. Ela era amiga de um vizinho, ele ficava sempre à espreita para vê-la passar. Mas foi somente alguns anos depois que se conheceram.
Ela era cliente de um restaurante em que ele foi chef e Petrarca a conquistou do jeito mais popular: pela barriga. “Ela não aguentou e se apaixonou por mim”, brinca o cozinheiro que hoje comanda o Bloco C, o Lago e o Reverso. Mas Marcella não perde quando o assunto é mandar bem na cozinha. Ela é chef patisserie e uma das sócias do Mãe e Filha Ateliê.
Juntos há seis anos e casados há cinco, eles também dividem os negócios. O casal é sócio no buffet Bloco C em casa. Enquanto Marcelo fica por conta do menu, Marcella é quem cuida de toda a logística. Mas eles também compartilham um outro projeto.
“Marcella me convidou para colocar as sobremesas dos restaurantes em produtos do Ateliê em datas comemorativas. Nós transformamos os pratos que criei em produtos que ela possa vender por lá”, conta Marcelo. Ele ressalta que a linha de Páscoa é sempre um sucesso, mas eles também prepararam algo especial para o dia mais romântico do ano.
“Transformamos as sobremesas em buquês. Acredito que o Buquê de rabanadas será nosso carro-chefe”, destaca o chef. O doce tradicional dos Natais é recheado com brigadeiro de leite ninho e inspirado em uma sobremesa clássica do Lago.
Cozinhando com o amor
A primeira troca entre os chefs Alexandre Aroucha e Leonidas Neto aconteceu em uma premiação gastronômica. Mal sabiam eles que hoje estariam comemorando 17 anos de união. Juntos eles passaram pela cozinha do Aquavit, Grand Cru e Ouriço. Agora eles dividem a cozinha de casa para tocar o Em.porio, um projeto criado pelo casal durante a pandemia.
Enquanto Alexandre segue na operação chefiada por Thiago Paraíso, Leonidas toca mais de perto o delivery. “Sempre tive a vontade de ter um negócio próprio, mas não tinha certeza de que produto seria. Com a urgência de nos reinventar, começamos fazendo antepastos que tivessem nossa identidade”, revela Aroucha. Hoje eles também apostam em empanadas, que têm sido o sucesso do empreendimento.
Na hora de preparar os produtos do Em.porio, cada um atua onde tem mais talento. “O Léo é mais organizado e analítico. Ele é a ficha técnica e eu sou mais da linha de produção”, brinca Alexandre.
Léo confirma e complementa: “Somos muito diferentes, mas dividimos as tarefas de acordo com nossas capacidades e fica fácil chegar a um resultado final que gostamos. Estamos acostumados a estar juntos e, o principal, nos divertimos assim”.
Yin-yang gastronômico
Enquanto Lucas Arteaga domina as receitas salgadas, Mariel Marti fica por conta dos doces. Eles estudaram juntos no Instituto Argentino de Gastronomia e há 15 anos dividem uma história de amor e negócios. O casal comanda o De Paulina, um empreendimento dedicado a empanadas feitas a mão.
“Realmente somos muito parceiros. Trabalhamos juntos há muito tempo e acho que somos uma equipe que se complementa muito bem”, ressalta Mariel.
Eles trabalhavam com o buffet Umami, mas precisaram mudar de rumo quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil. “O mercado de eventos ficou parado. Assim, um dia fazendo empanadas em casa, surgiu a ideia. Fizemos testes diariamente e, em junho de 2020, começamos a vender on-line”, conta Mariel. Esse mês eles completam um ano de negócio.
Nesse tempo a empresa, que começou com o nome de Pop Up Argentino, mudou e cresceu. De acordo com a chef, eles começaram achando que seria um projeto provisório. “Mas tivemos muita aceitação, bombou. Então batizamos com o nome da Paulina, que foi quem ensinou o Lucas a fazer empanadas ainda adolescente. As dela eram incríveis. Comfort food total para nós”.
Biscoito da sorte
2011 trouxe muito mais que um ano novo para Francielle Faria e Rafael Macedo. Eles se conheceram em uma festa de Ano-Novo e estão juntos desde então. Casados há oito anos, eles são pais da pequena Antonia, 7, e responsáveis por uma das franquias mais conhecidas da cidade, a American Cookies.
“A gente passeava por um shopping quando provou o produto pela primeira vez. Isso em 2012. No mesmo ano já fazíamos e vendíamos para amigos de trabalho, parentes e pelas ruas e estações de metrô de Águas Claras”, lembra Francielle.
Com o tempo, o empreendimento caseiro se tornou uma empresa queridinha na cidade. Agora, eles contam com unidades também em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e chegam ao Rio de Janeiro ainda esse mês. A American Cookies cresceu e Francielle trocou a cozinha pela combinação entre marketing e financeiro. Enquanto isso, Rafael segue à frente das vendas, só que agora de franquias.
De acordo com Rafael, trabalhar com Francielle é desafiador e, ao mesmo tempo, um prazer. Ele conta que a esposa tem personalidade forte e é muito exigente consigo e com a equipe. “Mas tenho certeza que essa obstinação dela foi o que nos trouxe até aqui. Por isso amo trabalhar com ela e dividir e caminhar minha vida ao lado dela”, declara-se.