“Era uma Vez Brasília” é sucesso de público no Festival de Brasília
Novo longa de Adirley Queirós tem companhia dos curtas “Carneiro de Ouro” e “Chico” no Cine Brasília
atualizado
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A sessão de mostra competitiva mais lotada do 50° Festival de Brasília teve gente sentada nos corredores e escadas laterais. Pudera. A sexta (22/9) marcou a estreia de dois filmes da cidade na tela do Cine Brasília: “Era uma Vez Brasília”, aguardado novo longa do ceilandense Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica”), e o curta “Carneiro de Ouro”, de Dácia Ibiapina. Completou o programa o curta “Chico” (RJ), dos irmãos Eduardo e Marcos Carvalho.
Adirley Queirós subiu ao palco ovacionado pelo público do festival. Três anos após vencer o Candango por “Branco Sai, Preto Fica” (2014), o cineasta volta a reafirmar a identidade de Ceilândia e da periferia do DF na tela do Cine Brasília. O cineasta preferiu a discrição e deixou o filme falar por si.
“Carneiro de Ouro”, de Dácia Ibiapina, também professora da UnB, visita Picos, no Piauí, para mostrar os bastidores dos filmes de Dedé Rodrigues, cineasta autodidata.“É um encontro muito lindo e emocionante pra nós”, disse a roteirista e diretora Dácia sobre exibir o filme no 50° festival. Queirós trabalhou como produtor executivo no curta.
“Estou realizando um grande sonho. Se a gente não pode fazer como Hollywood, a gente faz como Ceará, como Brasil”, vibrou Dedé, conquistando a empatia da plateia.
“Primeiramente, liberdade definitiva para Rafael Braga”, disse um dos diretores do curta “Chico” (RJ). “A gente bebeu muito do ‘Branco Sai, Preto Fica’, do Adirley”, completou.
A produção discute temas como redução da maioridade penal, encarceramento em massa e genocídio da população negra. “Enquanto estamos na sessão, mais corpos negros vão cair e morrer nas favelas cariocas. Mas vamos resistindo. O cinema é nossa forma de trazer nossas angúsias e nossa vitória. Favela vive”, disse um dos irmãos Carvalho.