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América Armada encerra Festival de Brasília com painel sobre violência

Documentário de Alice Lanari e Pedro Asbeg será exibido na tarde deste domingo (23/9), antes da cerimônia de premiação

atualizado

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américa armada
1 de 1 américa armada - Foto: Divulgação

O filme América Armada, dirigido por Alice Lanari e Pedro Asbeg, encerra o 51º Festival de Brasília na tarde deste domingo (23/9), às 16h, no Cine Brasília. Crônica sobre iniciativas de três pessoas diretamente afetadas pela violência no Brasil, na Colômbia e no México, o documentário será exibido antes da cerimônia de premiação, prevista para começar às 18h40. Ambas as atividades têm entrada gratuita.

A última atração do festival propõe uma espécie de painel urbano sobre a América Latina a partir de três personagens. Um de cada país. Raull Santiago é mídia-ativista no Brasil e ajuda a denunciar, por meio das redes sociais, abusos policiais e situações diversas vividas nas favelas cariocas. O jornalista Heriberto Paredes visita cidades do México para mostrar como certas comunidades criaram modelos de organização social e segurança pública próprios para se sentirem mais seguras.

Na Colômbia, Teresita Gaviria lidera uma associação de mulheres que viram filhos, filhas, maridos e outros familiares desaparecerem na guerra sem fim entre cartéis, guerrilhas e polícias. A pesquisa para o filme consumiu cerca de dois anos.

“Desde o inicio, tínhamos em mente a ideia de escolher pessoas e acompanhar a vida delas, e não fazer um filme baseado em entrevistas com especialistas. Viajamos então pelos três países onde depois filmamos a procura de pessoas que seriam nossos ‘personagens’, pessoas que, de alguma forma, representariam um país inteiro e levantariam muitas questões que gostaríamos de abordar em um filme que se dispõe a tratar da violência armada na América Latina”, explica Asbeg.

Santiago mostra, por exemplo, como a presença da Polícia Militar nos morros mexe diretamente com o cotidiano das pessoas. Os agentes ocupam casas sem avisar aos moradores, gerando desconfiança e ainda mais medo.

O trabalho do Raull é realmente muito importante para informar pessoas a respeito de todos os abusos policiais sofridos pelos moradores do Complexo. No entanto, seu trabalho de mídia-ativista é ainda mais relevante ao testemunhar e registrar essas ações, seja como forma de defesa, seja do próprio uso que essas imagens podem ter em caso de se desmentir algo falsamente alegado pela policia

Pedro Asbeg, codiretor

Lanari viveu dois anos na Cidade do México. Em comum com o Brasil, ela percebe uma “banalização da violência”. “Fazer com que um povo, ou parte deste povo, se acostume com a opressão da violência é uma das formas mais cruéis de dominação”, analisa.

“Eu morava lá quando se deu o caso de Ayotzinapa. E foi o relatório da investigação oficial que concluiu que os 43 estudantes foram atacados e sequestrados pelo próprio Exército do país para, ao fim, serem entregues a um narco-cartel com o anúncio de que eram pertencentes a outro cartel. O que significa a pena de morte. Quando se fala em narcoestado no México, se fala de algo que está claro e é vivido na pele de grande parte da população há anos”, explica.

Filme de encerramento – 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Neste domingo (23/9), às 16h, no Cine Brasília (106/107 Sul). Entrada gratuita. Informações: (61) 3244-1660 ou festivaldebrasilia.com.br

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