VAR, o penetra da festa do Campeonato Brasileiro
O Flamengo venceu mais uma, mas não ficou satisfeito com as decisões da arbitragem; e o gol do Atlético-MG saiu de pênalti mal marcado
atualizado
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Entra rodada e sai rodada, e o VAR continua sendo o centro das atenções. Ele aparece para o bem quando corrige erros claros mas também para confundir quando entra em lances de interpretação. Assistir aos jogos do Brasileirão virou um exercício de paciência.
Foi assim no jogo do Flamengo contra o Athletico-PR e do Atlético-MG contra o Grêmio. Para piorar as coisas, o árbitro de vídeo é um penetra galanteador, daqueles que conquistam a todos com muita lábia. Isso porque tem sido acionado sem ser chamado e convencido os árbitros a mudarem suas decisões mesmo quando eram inicialmente corretas. Em resumo, está estragando a festa. Entenda como foi a participação da tecnologia no fim de semana.
Athletico-PR 0 x 2 Flamengo
O Flamengo venceu mais uma, mas não ficou satisfeito com as decisões da arbitragem. O lance mais questionado foi o do pênalti marcado a favor do rubro-negro e anulado após consulta ao VAR. O atacante carioca Lucas Silva foi derrubado na área por Léo Pereira, que chegou atrasado e atingiu o jogador. Um pênalti fácil e bem marcado pelo árbitro no campo. Mas o penetra não dorme em serviço e apareceu para estragar a decisão.
Os jogadores paranaenses reclamaram mais de um possível domínio de mão de Lucas Silva do que da penalidade. A revolta dos jogadores do Flamengo aumentou quando o árbitro tentou explicar por que havia anulado a penalidade: “Tocou, mas não foi falta”. Como assim? Enfim, pênalti anulado e erro grave do VAR, por ter chamado, e do juiz de campo, por não ter tido a personalidade para manter a decisão de pênalti.
Após os 90 minutos, a direção do Flamengo publicou uma nota à imprensa criticando a arbitragem e demonstrando preocupação com o jogo da Libertadores contra o Grêmio. O que isso tem a ver com o Brasileirão? É que o mesmo árbitro que apitou nesse domingo (13/10/2019), Bráulio da Silva Machado, será assistente do VAR nesse jogo da Libertadores. Os cariocas aproveitaram a ocasião para tentar pressionar o juiz a não prejudicá-los na Libertadores, ou melhor dizendo, para, na dúvida, favorecê-los. Assim como a participação da tecnologia foi infeliz no jogo desse domingo, a nota do Flamengo também é. Como dizia o lendário Vicente Matheus, ex-presidente do Corinthians: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!”.
Atlético-MG 1 x 4 Grêmio
O gol de honra do Galo saiu em cobrança de pênalti mal marcado, com o auxílio do VAR. Após cobrança de escanteio, o árbitro de vídeo chamou Luiz Flávio de Oliveira para ver as imagens de um contato na área. Galhardo, do Grêmio, segura a camisa de Luan, mas foi um contato de leve, nada faltoso – o jogador atleticano sente e desaba no chão. Se olharmos em câmera lenta, é pênalti, porém, na velocidade normal, não é nada. O erro da tecnologia é supervalorizar pequenas ações que fazem parte do futebol.
Chapecoense 1 x 1 Cruzeiro
Os leitores da coluna na semana passada sabem que eu falava que, em vez de serem esclarecedoras, as imagens da linha do impedimento causavam ainda mais confusão. No último lance do jogo de domingo (13/10/2019), a Chape teve um gol validado com uma linha para lá de estranha. Não deu para entender nada. O que resta é confiar na tecnologia e esperar que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgue nas transmissões a linha sendo feita pelo VAR. Só assim para o pessoal de casa poder entender o traçado e confiar também. Por enquanto, todo mundo está torcendo o nariz para ela.
O árbitro de vídeo tem que entender que na festa ele faz parte da organização. Se continuar entrando sem ser chamado, será o fim dela.