O calcanhar de Aquiles do VAR é a falta de imagens
A tecnologia do árbitro de vídeo é perfeita na teoria, principalmente quando é aplicada pela Fifa, que utiliza 32 câmeras para gerar imagens
atualizado
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Nesse domingo (04/08/2019), aconteceu um fato curioso no jogo entre Vasco x CSA, pela 13ª rodada do Brasileirão. O VAR não abriu a revisão para marcar o pênalti a favor do time carioca. Simplesmente não havia uma imagem conclusiva indicando que o toque de mão de Naldo foi dentro da área. Quando não há imagens, não há argumentos e não há o VAR. Prevalece sempre a decisão de campo, que, nesse caso, não marcou nada.
Mas se engana quem pensa que não ter a imagem é novidade para o árbitro de vídeo. Na final do Pernambucano de 2017, o Salgueiro teve um gol anulado contra o Sport. A arbitragem de campo marcou a saída de bola na cobrança do escanteio, antes do gol. O VAR, ao analisar as imagens, não conseguiu concluir se a bola realmente saiu. Até hoje ninguém sabe. Precisaria de mais ângulos para cravar. A decisão inicial prevaleceu, o gol foi anulado e o Sport sagrou-se campeão.
Em teoria, a tecnologia do VAR é perfeita. Principalmente quando é aplicada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), que gera as imagens dos seus torneios com 32 câmeras. Assim fica fácil encontrar o melhor ângulo para tomar a melhor decisão. Mas a nossa realidade das transmissões não é essa. No Brasil, dependendo do jogo, são usadas pouco mais de sete câmeras. Nenhuma transmissão daqui chega aos pés do Big Brother da organização internacional. É preciso ter noção de que o VAR lá e aqui não são iguais.
A imagem inconclusiva é o ponto cego do árbitro de vídeo. Ainda veremos outros times sendo prejudicados ou beneficiados por ângulos que não mostram nada. E a dúvida será eterna: foi ou não?