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Comissão de arbitragem pressionada pelos clubes e polêmicas da rodada

Não há critérios definidos sobre qual lance o VAR deve interferir ou não, tem árbitro brigando com a imagem e árbitro que depende dela

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1 de 1 2283 - Foto: Palmeiras/Flickr

Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de árbitros da CBF, está com uma batata quente nas mãos: a insatisfação dos treinadores e clubes com o VAR. Está certo que ele assumiu o comando com o bonde andando. A decisão de utilizar o VAR sem a devida preparação dos árbitros e dos operadores de vídeo já havia sido tomada antes de ele chegar à CBF. A verdade é que não era apenas a arbitragem que não estava totalmente preparada para a novidade. Clubes, treinadores, jogadores, imprensa e torcedores também não.

Gaciba bem que tem se esforçado, mas não está tendo bons resultados. Para piorar, ele centralizou tudo. Mesmo contando com uma equipe com mais de 20 pessoas, ele colocou tudo em suas mãos. E com isso chamou toda a atenção para si. Assumiu o papel de assessor de imprensa, instrutor e tem ido clube a clube mostrar como funciona o protocolo do VAR e os critérios que os árbitros irão adotar. Deu a cara a tapa sozinho e agora está apanhando. Sua imagem fica desgastada com as equipes, ainda mais quando as orientações passadas não são cumpridas pelos árbitros e a cobrança se torna direta a ele.

Ontem mesmo, Luxemburgo, técnico do Vasco, declarou na coletiva que as instruções passadas pelo Gaciba aos jogadores era diferente do que aconteceu no jogo. Depois, foi a vez de Mano questionar a comissão sobre o gol anulado do Palmeiras e a forma equivocada como o jogo foi reiniciado, desconsiderando a falta que o Willian Bigode tinha sofrido antes de a bola ter tocado sua mão. O técnico do Palmeiras ainda conclui dizendo: “VAR não pode ter camisa”, alegando um suposto favorecimento ao Flamengo. O presidente do Inter, Rodrigo Melo, por sua vez, já tinha falado em entrevista que o “Gaciba só faz papagaiada” e ainda sugeriu que o VAR ajuda somente alguns clubes, por causa do pênalti sobre Guerrero não marcado no jogo do meio da semana contra o Flamengo.

E não há como negar que o desempenho ruim da arbitragem tem interferido nos jogos e na tabela. Mas vale ressaltar também que os clubes muitas vezes entendem as instruções passadas da maneira que lhes convêm. No mundo da arbitragem, é comum ouvir dizer que árbitro bom é árbitro que não aparece, que ninguém sabe o nome. Se a discrição é um dos motivos do sucesso no mundo do apito, isso também deveria servir para os dirigentes de arbitragem.

A situação está complicada. Não há critérios definidos sobre qual lance o VAR deve interferir ou não, tem árbitro brigando com a imagem e árbitro que depende integralmente dela. A Comissão de Arbitragem precisa urgentemente criar medidas para que seus árbitros “cabeçudos”, como o próprio Gaciba os chamou, correspondam dentro de campo e não façam da arbitragem o grande foco de cada rodada, como foi nessa.

Falando nisso, vamos conferir agora as principais polêmicas do final de semana, lembrando que ainda faltam três jogos a serem disputados hoje à noite:

Corinthians 1 x 0 Vasco
À espera de um milagre: foram cinco minutos para o árbitro Ricardo Marques anular o gol do Corinthians. Manoel fez falta no goleiro Fernando Miguel. Lance claro que deveria ter sido marcado no jogo e levou uma eternidade para ser decidido na imagem.

O Vasco teve o gol de Werley anulado por impedimento. Bem anulado? Não sei. Mas a tecnologia disse que sim, mesmo não ficando claro com a linha traçada pelo sistema. Lembrando que no impedimento só se leva em conta (aquela musiquinha cantada pela Xuxa) cabeça, ombro, joelho e pé. Nada de braço!

Internacional 1 x 1 Palmeiras
Quase que o Palmeiras sai com a vitória fora de casa, mas o VAR não deixou. Antes do gol do Bruno Henrique, a bola pega na mão de Willian sem querer, após sofrer falta de Klaus. O que a regra diz? Que se um atacante coloca a mão na bola, com ou sem intenção, e gera uma situação de gol ou se a bola entra no gol, o lance deve ser anulado e a falta deve ser marcada. E foi o que o árbitro fez depois de ver as imagens. Ele só esqueceu que a falta do zagueiro do Inter foi antes da mão, portanto, o reinício deveria ser com falta a favor do Palmeiras e não o contrário.

Fluminense 2 x 1 Grêmio
O árbitro não quis mudar a decisão mesmo sendo chamado pelo VAR duas vezes. A primeira foi de um pênalti muito claro não marcado para o Grêmio. Yuri colocou a mão na bola descaradamente, quando estava caindo no chão. Se tivesse pego no braço de apoio, ok. Mas o outro braço? Penal. Não marcou e errou.

O outro lance foi no fim do jogo. João Pedro, do Fluminense, leva um pisão no calcanhar dentro da área. O árbitro não marcou nada, olhou as imagens e manteve a decisão. Foi pênalti e deveria ter sido marcado. Não dá para brigar com a imagem!

Seguimos em frente. Até a próxima polêmica!

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