Partidos tradicionais buscam o centro sem reverência ao PT
Encontro de Orlando Silva com Ciro Gomes e declarações de Rodrigo Maia mostram o rumo tomado por antigos aliados dos petistas
atualizado
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Alguns movimentos políticos recentes mostram os rumos tomados por partidos tradicionais da política brasileira depois de um ano do governo Bolsonaro. Em linhas gerais, notam-se tentativas de aglutinação no centro, sem a polarização puxada há três décadas pelo PT. Em certa medida, o momento lembra a eleição no Colégio eleitoral, em 1985, quando o PT ficou isolado na posição de votar contra Tancredo Neves.
Nesta quinta-feira (06/02/2020), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) encontrou-se no Ceará com Ciro Gomes (PDT), candidato a presidente derrotado em 2018. O pedetista saudou a candidatura do comunista à Prefeitura de São Paulo.
Silva segue na mesma direção que o correligionário Flávio Dino, governador do Maranhão, que busca forças políticas fora do PT para tentar viabilizar uma candidatura ao Planalto em 2022. Nesse sentido, o maranhense esteve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o apresentador Luciano Huck, nome no tabuleiro das próximas eleições.
Antigo adversário do PT, o DEM (ex-PFL) também procura ocupar espaço no centro. Na quarta-feira (05/02/2020), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista ao programa Central GloboNews, defendeu um nome único apoiado por seu partido, Ciro, Huck e pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB).
O PSB se prepara para um amplo leque de alianças. Nas palavras do deputado Júlio Delgado, o partido deve “pulverizar” os acordos regionais, com coligações que vão do PT à centro direita, sem preconceito. Os socialistas ainda buscam um nome para candidato ao Planalto em 2022.