“Voltaram a me estuprar”: desabafa vítima após soltura de Daniel Alves
Após a possibilidade de soltura do ex-jogador, a mulher vítima de estupro lamentou decisão da Justiça espanhola
atualizado
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A decisão da Justiça Espanhola de conceder liberdade provisória a Daniel Alves impactou o mundo do futebol nessa quarta-feira (20/3). Por trás dos pormenores jurídicos e dos olhares públicos de indignação, a vítima do ex-lateral, condenado por estupro, sentiu mais uma vez a dor de ter passado pelo trauma de uma agressão sexual.
Ao Uol, a advogada da mulher, Ester García López, afirmou que nunca viu a sua cliente tão mal quanto na última quarta-feira (20/3), no momento em que Justiça decidiu aceitar o pedido da defesa de Alves.
Em encontro com sua advogada, após o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha divulgar a decisão, a vítima expressou a sua tristeza por sentir que Alves sairia incólume de todo o processo. “Sinto que voltaram a me estuprar. Estou cansada de ser forte, não quero mais ser forte”, desabafou a vítima.
Em 22 anos de profissão, Ester afirma nunca ter presenciado uma decisão parecida com a que foi tomada pela Justiça no caso do ex-jogador brasileiro e revelou não compreender o motivo por trás da resolução da corte.
“A sensação que fica é a de que a justiça tem um preço. A sentença já era injusta, uma vez que nunca vi uma pena tão baixa para um estupro. Nós estamos lutando contra o poder”, revelou a advogada da mulher.
Caso Daniel Alves
O caso Daniel Alves chegou a uma resolução no último dia 22 de fevereiro, em audiência realizada pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha. Sob responsabilidade da juíza Isabel Delgado, o brasileiro foi considerado culpado e condenado a cumprir uma pena de 4 anos e 6 meses de prisão na Espanha.
O jogador foi condenado pelo crime de agressão sexual, equivalente ao ato de estupro na legislação brasileira. Após um julgamento de três dias, a Corte concluiu que Alves forçou relações sexuais com uma jovem espanhola de 23 anos, sem consentimento dela, no banheiro de uma boate em Barcelona, em dezembro de 2022.
No entanto, menos de um mês após a sua condenação, nessa quarta-feira (20/3), o ex-lateral da Seleção Brasileira teve a sua liberdade provisória concedida pela Justiça Espanhola, mediante o pagamento de uma fiança estipulada em 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões).