Proibidas de usar biquíni, atletas boicotam torneio de vôlei de praia
“Este é realmente o único país e o único torneio em que um governo nos diz como fazer nosso trabalho”, disse a atleta alemã Karla Borger
atualizado
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As alemãs Karla Borger e Julia Sude não vão participar da Katara Cup, uma competição de vôlei de praia de alto nível no Catar, em um ato de boicote. Elas afirmam que o país que receberá a Copa do Mundo de 2022 não permite que as jogadores usam biquíni, vestimenta das atletas, para disputar os jogos.
“Estamos lá para fazer nosso trabalho, mas estamos sendo impedidas de usar nossas roupas de trabalho”, disse Borger à rádio alemã Deutschlandfunk, na noite desse domingo (21/2). “Este é realmente o único país e o único torneio em que um governo nos diz como fazer nosso trabalho. É isso que estamos criticando”, concluiu.
Pela primeira vez, o Catar aceitou realizar um torneio misto — antes havia apenas a chave masculina —, mas impôs como exigência que as mulheres vistam calças e camisetas de manga longa por baixo do tradicional biquíni.
Essas roupas não são incomuns no circuito, mas costumam ser utilizadas, por opção das atletas, para esquentar o corpo quando faz frio. Nesta ocasião, as jogadoras serão obrigadas a usar as peças no calor. A Federação Internacional de Vôlei acatou a normal “por respeito à cultura e tradições do país anfitrião”.
Seis duplas brasileiras aparecem como pré-inscritas neste torneio, que começa em 8 de março, entre elas: Ana Patrícia/Rebecca e Ágatha/Duda, já classificadas para a Olimpíada, Alison/Álvaro Filho e Evandro/Bruno Schmidt.