Machismo no vôlei: mulheres recebem cinco vezes menos que homens
A premiação do Grand Prix é cinco vezes menor que a competição masculina, a Liga Mundial
atualizado
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Embora estejamos em pleno ano de 2016, a diferença salarial entre gêneros persiste em todo o mundo. De acordo com a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL), mulheres recebem, em média, 25,6% menos que os homens. Entre os esportistas, aparentemente, a disparidade é bem maior.
Neste domingo (10/7), aconteceu em Bangcoc a final do Grand Prix, uma das principais competições de vôlei do mundo. A seleção feminina do Brasil venceu a americana por 3 sets a 2 e faturou pela 11ª vez o prêmio. Além do título, elas receberam uma premiação em dinheiro: US$ 200 mil (cerca de R$ 660 mil), que deverá ser dividida entre os integrantes. O valor, porém, é cinco vezes menor que o pago aos campeões da Liga Mundial, competição disputada pelas seleções masculinas. O primeiro colocado recebe US$ 1 milhão (R$ 3,3 milhões).Ouvida pelo Globo Esporte, a jogadora Sheilla lamentou a situação. “É uma sacanagem. Pronto, já respondi. É um absurdo. Falamos isso desde o meu primeiro Grand Prix. É injusto. E ainda pagavam US$ 250 mil (R$ 825 mil), mas diminuíram”, disse.
O prêmio pago às atletas que ficaram na primeira posição é menor até que o pago ao terceiro lugar no campeonato disputado pelos homens.
Em comunicado oficial, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) afirmou que “não era preciso [mudar], uma vez que a premiação está estipulada no regulamento há tempos e que as equipes concordam com isso”.