Vai, Cavalo! Fabrício Werdum deixa o UFC e vira “Tom Brady” de novo evento
Estrela brasileira do MMA bateu um papo com o Metrópoles sobre a saída da organização, planos para o futuro e até mesmo aposentadoria
atualizado
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O brasileiro Fabrício Werdum está de casa nova no MMA: depois de oito anos, o gaúcho deixou o UFC e assinou com o Professionals Fighters Club (PFL). Em um bate-papo descontraído com o Metrópoles, o lutador de 43 anos contou sobre o novo evento, a saída da maior organização de lutas do mundo e até uma comparação com o quarterback Tom Brady, estrela do futebol americano.
Foi bom, adeus
Em julho deste ano, Werdum lutou com Alexander Gustafsson na Ilha da Luta em Abu Dhabi. O brasileiro venceu o sueco com uma chave de braço no primeiro round e ainda levou para casa o bônus de R$ 50 mil de finalização da noite. Foi o último compromisso do gaúcho pela organização.
Depois de oito anos lutando nos pesos pesados e ainda atuando como comentarista, Werdum encerrou o vínculo com Dana White e o UFC. Questionado se faltou consideração por parte do evento, o brasileiro prefere relembrar os bons momentos que viveu no octógono mais famoso do mundo.
“Acho que tiveram muitos altos e baixos. Aconteceram algumas brigas e discussões, mas toda relação é assim, né. Mas foram muito mais alegrias que brigas ou problemas. Não guardo nada contra o UFC. O UFC só me ajudou, me levantou na hora certa. Fico muito feliz com minha passagem pela organização. Agradeço muito a eles por todo esse tempo que estive lá”, conta.
O Tom Brady de luvas
Aos 43 anos e com o vínculo encerrado com o UFC, Werdum recebeu propostas para lutar em outros eventos mundiais, como o Bellator. Mas o brasileiro fechou com a PFL, uma liga que funciona como um campeonato, onde os lutadores somam pontos a cada combate e se classificam em sistema de playoffs. Ao fim da temporada, o campeão leva um prêmio de um milhão de dólares.
Em entrevista recente, Peter Murray, CEO da organização, comparou o Vai, Cavalo! com a estrela do futebol americano Tom Brady, em relação ao grau de importância de ambos para cada evento. Werdum comentou sobre a chegada à companhia. “Fico muito feliz de ouvir isso. Não gosto de ficar falando sobre meus títulos (campeão de grappling, campeão da ADCC e campeão dos pesados do UFC). Fica feio ficar repetindo isso. Mas ouvir que sou a maior estrela do PFL só me motiva a continuar treinando mais e mostrar que com 43 anos eu estou muito bem para lutar no evento”, comemora.
Sobre a comparação com um dos maiores nomes do futebol americano, Werdum dispara: “Essa comparação eu achei excelente. Fiquei feliz da vida, foi ótima essa comparação. Claro que tenho que dizer que sou mais bonito que ele, essa é nossa única diferença”, brinca, com o habitual e característico bom humor.
Fedor e Jon Jones?
No UFC, Werdum foi campeão interino dos pesados em 2014 e em 2015 unificou o título contra o mexicano Cain Velásquez. Mas em 2016, em Curitiba, perdeu o cinturão da categoria para o croata Stipe Miocic. Mas mesmo com as conquistas no UFC, o brasileiro revela o desejo de ter enfrentado um dos principais nomes do evento.
“Jon Jones. Mas como ele está em uma organização e eu em outra, não tenho porque ficar falando ou colocando na mídia algo que não deve acontecer. Penso no PFL agora, em ser o campeão do evento”, revela.
Sobre Fedor, o gaúcho diz que ainda deseja uma nova luta, o que seria uma revanche para o russo, que foi derrotado pelo brasileiro em 2010. Fedor tem contrato com o Bellator, e uma luta entre os dois só poderia acontecer caso os dois eventos fechassem uma parceria para a realização do combate.
O futuro
Focado, Werdum afirma que ainda não pensa em aposentadoria. Ele pretende ser campeão do PFL aos 44 anos e depois pensar no que vai fazer da carreira. “Quero ser o campeão e acredito que vai acontecer, com 44 anos. É difícil falar sobre aposentadoria. É difícil pensar nisso e falar nisso. Eu pretendo lutar mais dois anos. Então não quero pensar muito sobre isso ainda. Estou na ativa”, garante.
O ex-campeão do UFC envia um recado aos fãs do MMA em Brasília. “Recebo muitas mensagens de Brasília, galera me apoiando, dizendo que é meu fã. Mas nunca fui em Brasília e nem se cogitou de eu ir. Falta o convite. Vou esperar o pessoal da cidade me convidar. Quero visitar. Quem sabe fazer um seminário, passear com a família. Um abraço para Brasília, galera que sempre acompanhou meu trabalho e tenho muito carinho”, finaliza.
Enquanto não estreia no PFL, Werdum já tem luta marcada: no dia 20 de dezembro, o brasileiro enfrenta Anthony Jonhson no evento Submission Underground 19, que pertence a Chael Sonnen. A luta será transmitida pelo UFC Fight Pass, serviço de streaming.