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Vacinação prioritária de atletas para Olimpíada de Tóquio divide opiniões

A Comissão Executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) fará uma reunião nesta quarta-feira para discutir o tema polêmico nos bastidores

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Gustavo Moreno/ Especial para o Metrópoles
Vacinação da Covid no Hran
1 de 1 Vacinação da Covid no Hran - Foto: Gustavo Moreno/ Especial para o Metrópoles

A vacinação de atletas contra a Covid-19 virou um entrave para os organizadores do Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Nesta quarta-feira (26/1), inclusive, a Comissão Executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) fará uma reunião para discutir o tema. O atual cenário prevê duas categorias de atletas: os vacinados, que terão liberdade para circular pelo evento, e quem não estiver imunizado, que precisará ficar confinado antes de competir.

No caso da delegação brasileira, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) já declarou que não pretende “furar a fila da vacina”. O plano do órgão, inclusive, é que os atletas do País cumpram um período de 12 dias de quarentena logo após o desembarque no Japão.

Nesta semana, o presidente do Comitê Olímpico Francês (CNOSFD, na sigla em francês), Denis Masseglia, declarou que os atletas que participarem dos Jogos Olímpicos de Tóquio e não forem vacinados terão de enfrentar condições “extremamente difíceis”. O dirigente diz ter ouvido do presidente do COI, o alemão Thomas Bach, que os atletas não vacinados terão de “passar por exames de manhã e à noite”.

Furar ou não a fila?

Muitos países já começaram a vacinar contra o novo coronavírus, mas o ritmo é variado. Por isso, a vacinação de atletas abriu um debate sobre saúde pública, já que se os competidores forem priorizados eles poderão passar à frente de outras pessoas dos grupos de risco. “Está fora de cogitação que os atletas tenham prioridade sobre outras categorias da população, mas até os Jogos se pode pensar que eles serão vacinados sem que isso penalize outras pessoas”, disse o dirigente francês.

Alguns países têm atuado para imunizar os seus atletas até os Jogos Olímpicos, programados para julho. Paul Tergat, presidente do Comitê Olímpico do Quênia (NOC-K, na sigla em inglês), declarou: “Queremos que todos os que vão a Tóquio sejam vacinados logo, para que se sintam seguros. Quanto mais cedo melhor”.

O mesmo ocorre na Austrália, onde o comitê olímpico “incentiva” os atletas a se vacinarem e a se prepararem para os Jogos “em total segurança”. É uma posição semelhante à da Rússia, que planeja “vacinar os atletas das seleções nacionais, inclusive as categorias de base”.

Vacina não será obrigatória

O COI e autoridades japonesas garantem que a vacina não será obrigatória para atletas e torcedores. Mas, o COI já declarou que “fará grandes esforços” para garantir que os participantes dos Jogos sejam vacinados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, se mostra contrária a uma possível prioridade que possa ser dada aos atletas na fila da vacinação. “Este não é um problema relacionado aos Jogos Olímpicos. Trata-se acima de tudo de saber usar um recurso escasso para combater uma das crises de saúde mais devastadoras da nossa história”, disse o vice-diretor-geral da entidade, Bruce Aylward.

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