Presidente do COI descarta adiar ou cancelar Olimpíada de Tóquio
Em razão do surto, a própria Suíça, onde fica sediado o COI, decidiu banir reuniões públicas com mais de 1000 pessoas até meados de março
atualizado
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O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, descartou nesta quarta-feira (04/03) adiar ou cancelar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele fez as declarações um dia depois de a ministra da Olimpíada do Japão, Seiko Hashimoto, cogitar a possibilidade de remarcar o evento para o fim do ano.
“Na reunião do Comitê Executivo do COI, as palavras ‘cancelamento’ e ‘adiamento’ não foram mencionadas”, afirmou o dirigente. O Comitê Executivo do COI esteve em reunião nesta terça e quarta, em Lausanne, na Suíça.
Questionado sobre a confiança que demonstrou na realização da Olimpíada, marcada para acontecer de 24 de julho a 9 de agosto, Bach respondeu: “Nós conversamos com especialistas. Somos uma organização esportiva e seguimos os conselhos da Organização Mundial da Saúde [OMS].”
Com origem na China, o coronavírus apresentou seus primeiros casos no fim do ano passado e já infectou cerca de 90 mil pessoas pelo mundo, causando mais de 3.100 mortes. Surtos mais intensos aparecem no Irã e na Itália.
Em razão da preocupação com o vírus, a própria Suíça, onde fica sediado o COI, decidiu banir reuniões públicas com mais de 1000 pessoas até meados de março.
“Não vou acrescentar combustível ao fogo da especulação”, declarou Bach. Questionado sobre uma possível declaração de pandemia pela OMS, ele afirmou: “Não vou fazer parte de nenhum tipo de especulação.”
Eventos cancelados
Diversos eventos-teste e classificatórios para a Olimpíada foram cancelados nas últimas semanas. Diante disso, o canadense Dick Pound, vice-presidente do COI, sugeriu que os Jogos de Tóquio-2020 pudessem ser cancelados se a contaminação seguisse aumentando.
“Temos desafios agora com os torneios pré-olímpicos”, admitiu Bach. “Ao mesmo tempo posso dizer que estou muito orgulhoso do movimento olímpico pela solidariedade e flexibilidade que todos demonstraram diante destes desafios.”
O presidente do COI lembrou que preocupações com doenças e problemas geopolíticos às vésperas de uma Olimpíada não são novidade. “Tivemos uma situação em que não sabíamos se teríamos Jogos na península da Coreia [Jogos de Inverno de Pyeongchang-2018]. E, antes do Rio-2016, havia as especulações sobre o vírus da zica.”