Ministro do Japão admite incerteza sobre Olimpíada: “Tudo pode acontecer”
Kono é a primeira autoridade política de alto escalão do país a se distanciar do primeiro ministro Yoshihide Suga, defensor dos Jogos
atualizado
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Uma das maiores autoridades políticas do Japão admitiu nesta sexta-feira (15/1) que há um clima de incerteza no país com relação aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por conta da pandemia do novo coronavírus. Ministro da Reforma Administrativa e pessoa-chave no governo, Taro Kono não excluiu a eventualidade de a Olimpíada ser cancelada, já que Tóquio e outros 10 departamentos japoneses decretaram estado de emergência até 7 de fevereiro para interromper a propagação da Covid-19.
“Dada a situação do coronavírus, tudo pode acontecer”, disse Kono em uma entrevista coletiva. “O comitê organizador e o COI (Comitê Olímpico Internacional) devem refletir claramente sobre os planos emergenciais”, afirmou, embora tenha insistido que o governo japonês está se preparando “firmemente” para realizar os Jogos Olímpicos – de 23 de julho a 8 de agosto – e Paraolímpicos – de 24 de agosto a 5 de setembro.
Kono é a primeira autoridade política de alto escalão do país a se distanciar publicamente do primeiro ministro Yoshihide Suga, que reitera que o Japão poderá sediar Jogos “seguros”, conforme planejado.
Apesar da chegada das vacinas ao Japão nos próximos meses, o apoio da população japonesa aos Jogos Olímpicos diminuiu. Uma pesquisa recente mostrou que 80% dos entrevistados acham que a Olimpíada deve ser adiada novamente ou simplesmente cancelada. O primeiro ministro está convencido de que a opinião pública mudará quando o país iniciar o seu programa de vacinação no final de fevereiro.