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Luisa Stefani e Laura Pigossi revelam conversa que rendeu bronze em Tóquio

Apesar de não terem compartilhado muito as quadras, as tenistas garantem que a química de anos de amizade ajudou a conquistar medalha

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A oito dias da estreia do tênis de duplas em Tóquio, Eduardo Frick (gerente da Confederação Brasileira de Tênis) encheu o telefone de Laura Pigossi de mensagens e ligações, implorando que a tenista retornasse as ligações. Prestes a disputar um torneio no Cazaquistão, Laura deu de ombros, pedindo para ligar depois.

Frick queria avisar a Laura que ela, número 192 no ranking de duplas, e Luisa Stefani, número 23 — as duas brasileiras melhores colocadas na modalidade –, haviam conseguido vaga para disputar as Olimpíadas de Tóquio no último dia possível para mudanças, 16 de julho.

Apesar de terem sido pegas de surpresa — Luisa estava dormindo em sua casa, nos Estados Unidos, enquanto Laura, já ciente da notícia, tentava ligar para a amiga — e não estarem mais realmente pensando em Olimpíadas, a dupla atendeu ao chamado e, bem, o resto é história.

Stefani e Pigossi foram a Tóquio, bateram favoritas pelo caminho, como as americanas Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula. Na decisão de 3º lugar, resistiram a quatro match points para, enfim, superar Elena Vesnina e Veronika Kudermetova e conquistar uma inédita e improvável medalha olímpica para o Brasil na modalidade.

“Jogamos juntas poucas vezes e não fomos tão bem e ficamos sabendo de última hora que íamos competir. Acho que por isso que nossa conquista foi tão surpreendente. Mas temos uma amizade de longa data e, com isso, uma química muito positiva. Estávamos muito focadas em fazer nosso melhor”, afirmou Luisa Stefani, em entrevista ao Metrópoles.

Laura e Luisa se conhecem desde os 12 anos. Hoje, aos 26 e 23 anos, respectivamente, Pigossi confirma que a amizade de longa data ajudou, mas revela que uma conversa franca também foi essencial para estabelecer os objetivos e o papel de cada uma em quadra.

“Conversamos sobre o que esperávamos uma da outra, sobre o que cada uma deveria fazer em quadra para não sobrecarregar a outra. Estabelecemos um plano muito concreto, sobre o que fazer e como fazer e isso fez toda a diferença”, detalhou Laura, ao Metrópoles.

Ambas afirmam que um dos aspectos mais importante do bronze olímpico foi a possibilidade de dar mais visibilidade ao esporte, principalmente inspirando meninas a começarem a jogar tênis e acreditarem em seus sonhos. “

Planos futuros

Sem tempo a perder, Luisa já mira Paris-2024. “Mas sempre com os pés no chão. Outra meta é chegar ao top 10 do mundo das duplas e beliscar um título de Grand Slam”, contou.

Já Laura contou que deseja melhorar o ranking, chegar às melhores 270 do mundo de simples para poder jogar nas WTAs e, assim, poder voltar a compartilhar as quadras com sua parceira e amiga de longa data para, quem sabe, tornarem mais sonhos como a medalha olímpica, uma realidade.

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