Ketleyn Quadros, 1ª medalhista em esportes individuais, busca o pódium
Judoca foi a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha em um esporte individual e foi agradecida como porta-bandeira do país em Tóquio
atualizado
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Ketleyn Quadros é mais uma brasiliense a pisar em terras japonesas para a disputa das Olimpíadas de Tóquio 2020.
Aos 33 anos, ela vai para sua segunda participação nos jogos. E ela conquistou ainda mais. Foi selecionada como porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura.
E a bagagem vai pesada. Com então 20 anos, em Pequim 2008, foi dela a primeira medalha de uma brasileira em disputas individuais de qualquer evento nos jogos. Assim, a judoca ficou eternizada na história olímpica do país verde e amarelo. Antes, outros nomes chegaram bem perto, mas bateram na trave, estacionando no quarto lugar.
Mas foi na piscina que Ketleyn “começou” sua jornada. Matriculada por sua mãe na natação, no Sesi, de Ceilândia, ela não queria saber da água. Faltava às aulas para assistir judô, que era o que realmente chamava sua atenção. Com oito anos, a atleta se rendeu ao esporte e começou a praticá-lo.
A história de uma mulher na luta não era nada fácil. Por muitos anos, era ilícito uma mulher lutar, assim como praticar outras atividades. “Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, do futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo aquático, polo, rúgbi, halterofilismo e beisebol”, dizia uma deliberação do conselho, que foi revogado nos 1970, cerca de 17 anos antes de Ketleyn nascer.
Porém, o judô feminino só entrou no circuito olímpico em 1992, em Barcelona.
Aos 17 anos, ela se jogou de vez na arte marcial. De Brasília, o destino foi Belo Horizonte, para morar em uma república, a fim de focar nos treinamentos. E deu certo. Ali ela se encontrou e traçou o seu caminho até o fatídico e histórico dia, três anos depois.
A medalha veio após quatro vitórias e uma derrota. O triunfo final, trouxe muita emoção, e veio contra a australiana Maria Pekli. Após punições para ambos os lados, a definição foi para o ponto de ouro. Em um belo contra-ataque, a brasileira aplicou um ippon, manobra que finaliza, instantaneamente, o combate, e garantia um lugar na história.
A façanha a garantia como porta bandeira, representando o seu país natal, nos jogos sul-americanos. A conquista a impulsionou ao ouro na competição.
Seu feito abriu espaço e deu forças a arte marcial no Brasil. Depois de 2008, Sarah Menezes foi campeã olímpica em Londres 2012 e Rafaela Silva, no Rio 2016. Já Mayra Aguiar, venceu duas medalhas de bronze.
Após ficar de fora em 2012 e 2016, ela chega em 2020 com um ânimo renovado. Ketleyn vem de um quinto lugar no Campeonato Mundial de Judô, disputado em Budapeste, na Hungria, categoria até 63kg. E não foi só isso. Foi sua melhor posição em um torneio dessa magnitude, que também lhe deu o direito de ser uma das cabeças de chave na primeira rodada em Tóquio.
Com o início da competição se aproximando, o judô será disputados entre os dias 24 a 31 de julho. Assim, a medalhista, assim como toda a delegação, já está treinando no Japão.
Na noite de sexta-feira, ela recebeu mais uma excelente notícia. Ao lado de Bruninho, do vôlei, ela foi escolhida para representar o Brasil no evento de abertura como a porta-bandeira do país.
A novidade foi postada no Twitter.
FAAALA, MINHA PORTA-BANDEIRA 🇧🇷
🥋@KetleynQ 😍 #Tokyo2020 pic.twitter.com/M2ALlrWTrt
— Time Brasil (@timebrasil) July 17, 2021
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