Giba analisa o vôlei brasileiro e saúde mental nas Olimpíadas
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, ex-atleta destaca força do vôlei nacional e a importância do acompanhamento mental para atletas
atualizado
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Ídolo do vôlei brasileiro e medalhista Olímpico, Giba deu uma entrevista exclusiva para o Metrópoles e falou sobre como ele avalia as equipes brasileiras de vôlei em Tóquio e sobre saúde mental, assunto que ganhou o noticiário esportivo durante a disputa.
Aos 44 anos, Giba traz em seu currículo conquistas de uma das gerações mais marcantes do vôlei nacional. Com a camisa da seleção, conquistou oito taças de Liga Mundial, três Campeonatos Mundiais, um ouro em Pan-Americano e um ouro em Olimpíadas.
Giba em Brasília
O ex-atleta esteve em Brasília nesta terça-feira (3/8), para um evento realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Giba deu uma palestra à convite do ortopedista Marcus Montenegro, especialista em traumatologia esportiva.
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Montenegro realiza eventos com diversas lendas do esporte brasileiro, e já trouxe para Brasília nomes como Zico, Guga, o treinador Zé Roberto, César Cielo e Hortência, para que contassem suas histórias e destacassem a importância do esporte em suas trajetórias vitoriosas.
Vôlei brasileiro nas Olimpíadas
Experiente, Giba afirmou que confia nas duas equipes de vôlei do Brasil, e fez uma análise da campanha das equipes até aqui.
“Eu sei que perdemos (masculino) para a Rússia na fase de grupos, mas na hora que vale vaga o Brasil cresce demais em desempenho. O Brasil joga muito mais quando é mata-mata. O feminino está vindo numa campanha irretocável. Todas as meninas estão jogando muito bem e acredito que a equipe tem toda a capacidade para conquistar o ouro novamente”, afirmou o ex-ponta.
Ele relembrou que há uma hegemonia brasileira no vôlei, e que ela precisa ser valorizada pela torcida.
“Há uma hegemonia do vôlei brasileiro. São muitos anos, com times diferentes, e o segue Brasil entre as principais seleções sem deixar o nível cair. A torcida precisa valorizar mais uma possível prata, pois seguimos entre as principais equipes do mundo”, destacou.
Saúde mental desde o início
Perguntado sobre a questão da saúde mental, que ganhou muita força durante esta edição por conta da desistência de Simone Biles, ginasta norte-americana, Giba destacou que é fundamental entender que há uma diferença entre as gerações, mas afirma que é fundamental levantar o debate e cuidar desse lado dos atletas.
Ele conta que na geração dele o assunto era pouco abordado, mas que deve ser amplamente debatido e tratado desde os atletas em formação até a elite de qualquer modalidade do esporte.
“A depressão não é uma doença palpável, mas é uma doença que afeta demais a pessoa. O atleta precisa entender que, se a instituição que ele faz parte não fornece esse tipo de atendimento, ele tem que procurar por conta própria porque é fundamental para um bom desempenho. Mas ao meu ver, deveria ser uma obrigação das instituições fornecer isso para todos os atletas vinculados, para que eles possam atingir o ápice de suas performances”, refletiu o medalhista.
O Brasil masculino entra em quadra na madrugada desta quinta-feira (5/8), às 1h (horário de Brasília) contra os Atletas da Rússia pelas quartas de final. A seleção feminina bateu as Russas na manhã desta quarta (4/8) por 3 sets a 1 de virada.