É ouro histórico! Italo Ferreira detona algoz de Medina e é o primeiro campeão olímpico no surfe
O campeão mundial do esporte em 2019 conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na estreia do esporte em Olimpíadas
atualizado
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O primeiro ouro da história do surfe olímpico é brasileiro! Italo Ferreira, campeão mundial em 2019, detonou o japonês Kanoa Igarashi, que mais cedo derrotou Gabriel Medina, e faturou o lugar mais alto do pódio. Após ter problemas com a prancha logo na primeira onda, o potiguar agarrou as oportunidades, brilhou e venceu com um lindo 15,14 x 6,60.
A vantagem era tão grande que ele saiu da água com mais de um minuto para o fim e deixou o japonês sofrendo no local, na madrugada desta terça-feira (27/7), no horário brasileiro.
A concentração de Italo antes da prova era incrível. Atento à performance de Medina, ele mentalizava o ouro olímpico, enquanto ouvia música, em uma das torres em frente ao mar.
E a caminhada não começou fácil. Logo nos primeiros segundos de prova, o brasileiro tentou ficar à frente no placar com um aéreo, porém sumiu na espuma. O problema é que o impacto foi tão grande que sua prancha quebrou.
Com o apoio de sua comissão, a troca do equipamento demorou cerca de dois minutos. Mesmo caindo, a manobra colocou Italo na liderança com 1,70.
Kanoa Igarashi aproveitou o tempo em que estava sozinho na água para continuar procurando a onda perfeita. Não foi como ele esperava, mas conseguiu somar 4,50 — 0,67 na primeira tentativa e 3,83 na segunda. Foi o suficiente para colocar o japonês, parcialmente, com a medalha de ouro.
Não demorou muito, porém, para Italo mostrar a que veio. De prancha nova, ele foi para cima. Faltando 29 minutos para o fim da decisão, aproveitou uma grande oportunidade para levantar água. O brasileiro entrou com um frontside, conectou mais duas manobras e conseguiu excelente nota, 7,00 — na somatória, apareceu com 8,70 no placar.
E o segundo no ranking mundial aumentou, ainda mais, a sua liderança. Com boas manobras, ele conquistou um 5,50, descartando a menor nota, de 1,70, e pulou para 12,5 na soma das pontuações.
Igarashi, sem muito sucesso, pegou uma onda para diminuir o prejuízo, mas pouca coisa mudou. A nota de 0,67 foi substituída por 1,27. Com 5,56 na pontuação total, o japonês era obrigado a marcar, no mínino, um 8,67 para empatar a final.
Com um mar relativamente calmo, os dois surfistas passaram um bom tempo buscando a melhor posição. Seis preciosos minutos se passaram.
Italo seguiu impondo o ritmo e pressionando o japonês, que não conseguia chegar perto do brasileiro. Com lindas manobras, o potiguar recebeu um 7,77, jogando a nota 5,50 para longe e chegando a 14,77.
Com a gigante vantagem conquistada, o brasileiro obrigava seu adversário a ser quase perfeito. E não bastava somente uma onda. Com duas pontuações baixas e o 10 como nota máxima, Kanoa Igarashi precisava alterar tanto o 3,83 quanto o 1,27. Italo chegava muito perto da medalha de ouro.
O psicológico começou a pesar para o anfitrião. Com muito a fazer, Igarashi não conseguia engatar boas ondas. Ele até tentou em algumas oportunidades, mas desistiu de umas e caiu em outras. A pontuação do japonês subiu para 6,60, mas ainda faltava muito para liderar o placar.
Para ficar ainda mais perto do título, Italo trocou a nota 7,00 por uma 7,23 e alcançou o 15,14 com cinco minutos para o fim da prova. Mesmo com um bom tempo restando no relógio, as condições se tornaram cada vez mais perfeitas para a medalha de ouro e o título olímpico.
Com o tempo a seu favor, o potiguar começou a comemorar muito antes de o alarme soar. Com pouco mais de um minuto, ele procurou o adversário na água e foi saindo para comemorar com a delegação brasileira.
Diante de uma apresentação impecável, Italo Ferreira se tornou o primeiro medalhista de ouro da história do surfe em Olimpíadas. De quebra, ele estreou o Brasil no lugar mais alto do pódio em Tóquio.