Com Covid em alta, Japão pede para população ver Olimpíada em casa
“O coronavírus está se espalhando a uma velocidade sem precedentes”, disse o primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga
atualizado
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“O coronavírus está se espalhando a uma velocidade sem precedentes.” Foi com essas palavras que o primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga justificou nesta sexta-feira o seu apelo à população do país para que fique em casa durante as férias de verão o máximo possível e assista aos Jogos Olímpicos pela televisão, sem promover aglomerações em bares e restaurantes para acompanhar o evento.
O número diário de casos de Covid-19 no Japão chegou a 10.743 na sexta-feira, um recorde desde o início da pandemia. A escalada do vírus no país fez o governo ampliar o estado de emergência para três prefeituras vizinhas de Tóquio e Osaka até o final de agosto.
Apesar de os casos de Covid-19 de pessoas envolvidas na Olimpíada não entrarem na contabilidade dos dados anunciados pelo governo, japonês, os Jogos também enfrentam um aumento de infectados. O Comitê Organizador confirmou nesta sexta-feira mais 27 casos, maior número diário desde o início dos testes, em 1.º de julho. Assim, o total acumulado subiu para 225 casos.
Diante da forte rejeição que os Jogos têm enfrentado de boa parte da população japonesa, Richard Budgett, diretor médico do COI (Comitê Olímpico Internacional), negou qualquer conexão entre o evento realizado na capital japonesa e o aumento de casos de Covid-19 no país. “Os atletas da Vila Olímpica vivem em um mundo paralelo. Pelo que eu sei, não houve um único caso de caso de atleta se espalhando para a população local, e nem um único caso grave ocorreu entre os nossos membros”, disse. Até a última quarta-feira, 39.853 estrangeiros entraram no Japão para participar dos Jogos, incluindo atletas, membros de comissão técnica, dirigentes e jornalistas.
Os Jogos Olímpicos têm sido disputados sem torcida e sob um rígido protocolo de combate à Covid-19. Todos os envolvidos no evento têm de ser testados constantemente, há aferição de temperatura na entrada de cada arena, além do uso de barreiras físicas para evitar o contato físico com pessoas de fora da “bolha”.
A única exceção aberta pelo Comitê Organizador foi permitir que os atletas pudessem remover as máscaras no pódio por no máximo 30 segundos para posarem para os fotógrafos. Mas, tudo é cronometrado e coordenado. Um funcionário levanta uma placa anunciando o momento em que a máscara pode ser retirada e, passados os 30 segundos, exibe outro alerta de que o nariz e a boca devem ser cobertos novamente.
“Não é que é bom usar máscara. É obrigatório usar máscara”, disse o porta-voz do COI, Mark Adams. “Não há relaxamento e pedimos a todos que obedeçam as regras. É importante para o esporte, para todos os envolvidos, para os nossos amigos japoneses e transmite uma mensagem forte.”
No vôlei brasileiro, a levantadora Macris e o central Lucão têm atuado na Olimpíada de máscara mesmo que o uso do equipamento esteja liberado dentro de quadra. Ambos, inclusive, já usavam a proteção durante as partidas antes dos Jogos.
Mas, há também casos flagrantes de descumprimento dos protocolos O nadador americano Michael Andrew, de 22 anos, se recusou a colocar a máscara quando estava na zona mista para dar entrevista aos jornalistas. O Comitê Olímpico dos EUA anunciou que analisa o caso e que tomará as medidas necessárias.
Na cerimônia de abertura, por exemplo, vários integrantes das comissões dos países desfilaram sem máscara ou com a proteção no queixo ou com o nariz de fora. Além de não manterem o distanciamento.