Tenista chileno é pego no doping e culpa suplemento do Brasil
Jarry não citou o nome do composto e nem o laboratório ou a suposta farmácia de manipulação que o teria elaborado
atualizado
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Duas das principais apostas recentes do tênis sul-americano, o chileno Nicolas Jarry e o colombiano Robert Farah, atual número 1 de duplas, foram flagrados em exames antidoping, segundo admitiram ambos os atletas nesta terça-feira (14/01/2020), às vésperas do Aberto da Austrália. Somente o caso de Jarry já foi oficializado pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês). O chileno culpou suplementos brasileiros pelo resultado positivo.
Jarry, de 24 anos, foi flagrado em teste antidoping realizado em novembro, durante as Finais da Copa Davis, em Madri. Sua amostra de urina apresentou duas substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada), Ligandrol e Stanozolol, que são considerados agentes anabólicos.
“Em novembro passado, eu fiz dois testes de urina durante a Davis. O primeiro saiu limpo, mas no segundo foram detectadas duas substâncias proibidas. O nível encontrado é incrivelmente baixo, o que não me daria benefício algum. Não tive a intenção de utilizá-las, sou totalmente contrário ao doping e vou agora tentar esclarecer as coisas”, comentou o chileno, em suas redes sociais.
No mesmo comunicado, ele disse se tratar de contaminação de suplementos que consumiu em novembro. E culpou um composto de vitaminas que teria sido produzido no Brasil. Ele, porém, não citou o nome do suplemento e nem o laboratório ou a suposta farmácia de manipulação que o teria elaborado.
“Tudo indica que o caso foi de contaminação cruzada de um multivitamínico feito no Brasil que meu médico me receitou e que não deveria conter uma substância proibida sequer. Meus advogados estão trabalhando no caso para provar minha inocência e por isso estou cooperando totalmente com a Federação Internacional de Tênis”, declarou.
Com estas declarações, Jarry indica que sua estratégia de defesa junto à ITF deve ser a mesma utilizada nos últimos anos por tenistas brasileiros flagrados no antidoping, como Thomaz Bellucci e Marcelo Demoliner. Nos dois casos, os advogados dos atletas nacionais conseguiram reduzir as punições sofridas.
Atual número 78 do mundo, Jarry já figurou em 38º no ano passado, quando disputou sua melhor temporada da carreira até agora. Foram duas finais e o primeiro título de nível ATP em seu currículo, em Bastad, na Suécia. Recentemente, defendeu o Chile na ATP Cup e já representa o país na Copa Davis.
Com o resultado positivo, Jarry ficará suspenso de forma temporária, perdendo assim o Aberto da Austrália, que terá início no dia 20, em Melbourne. Poderá perder também o Rio Open, em fevereiro. Neste caso, o brasileiro Thiago Monteiro deverá entrar direto na chave principal, permitindo à organização dar o convite, inicialmente concedido a Monteiro, a outro tenista da casa. O provável beneficiado é João Menezes, atual número dois do Brasil.
Número 1 do mundo
Outro flagrado em doping nesta terça foi o colombiano Robert Farah, que divide a liderança do ranking das duplas com o compatriota Juan Sebastian Cabal. Eles foram a sensação da temporada 2019, com os títulos de Wimbledon e do US Open.
Em comunicado nas redes sociais, Farah revelou o teste positivo para a substância Bodenona. A amostra foi acolhida em 17 de outubro, na cidade de Cali, na Colômbia, fora de período de competição. Farah revelou ter sido informado pelo caso pela própria ITF, por telefone. A entidade ainda não oficializou o resultado positivo para o colombiano.