Osaka lidera iniciativa em US Open de manifestações antirracistas discretas
A japonesa tem sido exceção no torneio em manifestações de apoio aos protestos, em meio aos recentes casos de violência contra negros
atualizado
Compartilhar notícia
Breonna Taylor, Elijah Mcclain, Ahmaud Arbery e Trayvon Martin. Eles não são atletas ou celebridades, mas se tornaram famosos nos últimos dias por causa do US Open. Foram homens e mulheres negros que morreram vítimas de racismo nos Estados Unidos. E ganharam “voz” por meio da japonesa Naomi Osaka, que vem sendo a exceção no torneio em manifestações de apoio a protestos antirracistas, em meio aos recentes casos de violência contra negros no país.
Osaka estampou o nomes das quatro pessoas nas máscaras que está usando em cada partida do US Open. Ela diz ter sete destes itens de proteção com nomes diferentes, um para cada jogo que poderá fazer na competição se chegar à final, como fez em 2018, na conquista do seu primeiro título de Grand Slam da carreira.
“Antes de ser uma atleta profissional, sou também uma mulher negra. E, como mulher negra, eu sinto que tem coisas mais importantes e que merecem atenção mais imediata do que me ver jogar uma partida de tênis”, disse a tenista de 22 anos, que vem surpreendendo neste ano com suas declarações públicas contra o preconceito racial.
“Eu odeio quando as pessoas dizem que os atletas não devem se envolver com política e se ater ao entretenimento. Primeiramente, esta é uma questão de direitos humanos. Em segundo, por que você teria mais direito de falar do que eu?”, questionou a japonesa, que, apesar de ter nascido em solo japonês, tem mais vínculos com os EUA do que com o país asiático
Neste US Open, Osaka tem sido uma voz quase solitária em apoio às manifestações contra o racismo, que voltaram a crescer no fim do mês passado depois que Jacob Blake, um homem negro, foi alvejado com sete tiros pelas costas por um policial, na cidade de Kenosha, no Wisconsin.