Número 1 do mundo, Marcelo Melo revela que quer jogar duplas mistas no Rio-2016
Brasil tem duas vagas garantidas em simples, tanto no masculino quanto no feminino. Nas duplas mistas, só terá vaga se estiver entre os 16 países mais bem colocados, levando-se em conta a pontuação dos dois
atualizado
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Líder do ranking mundial de tênis nas duplas, o brasileiro Marcelo Melo revelou que pretende disputar também o torneio de duplas mistas, quando a parceria é formado por um homem e uma mulher, nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. “Eu pretendo competir sim, mas ainda não sei com quem, pois depende de ranking”, contou.
Se a parceria com Bruno Soares nas duplas já é certa, e eles são fortes candidatos ao pódio no Rio, nas duplas mistas ele ainda vai esperar para ver com quem poderá jogar. “Sei que tem a Teliana Pereira e a Bia Haddad, mas ainda não está definido”, explicou, sobre duas das brasileiras mais bem colocadas no ranking mundial da WTA.
Por ser país-sede, o Brasil tem duas vagas garantidas em simples, tanto no masculino quanto no feminino. Já nas duplas mistas, só terá vaga se estiver entre os 16 países mais bem colocados, levando-se em conta a pontuação dos dois. A presença em dois eventos no Rio seria uma ótima notícia para Marcelo Melo.
Títulos na temporada
Ele teve uma temporada incrível, que incluiu o título de Roland Garros, na França, ao lado do croata Ivan Dodig. Tanto que o apelido de Girafa ganhou proporções que ele não imaginava. “Essa coisa de Girafa começou logicamente pelo meu tamanho. As pessoas passaram a me chamar assim no circuito, entre os jogadores, e acabou passando para os torcedores. Depois de Roland Garros, acho que foi o estouro dessa história, com as pessoas me reconhecendo e seguindo o Girafa no tênis”.
A última vez que o Brasil tinha tido um líder do ranking foi com Gustavo Kuerten, em simples, em 2001. Marcelo Melo quebrou o jejum 14 anos depois, só que nas duplas. O tenista lembra que é mais comum o atleta querer disputar partidas individuais e traça as características de jogar em duplas.
“O Federer, quando veio ao Brasil, deixou claro que não é a favor de chamar de duplista, como se ele não fosse um tenista. Cada um tem suas qualidades, a dupla tem sua dinâmica, não demanda tanto do preparo físico quanto em simples, mas ao mesmo tempo alguns jogadores não conseguem jogar duplas. É um caminho natural tentar jogar simples, pois dá mais visibilidade e a premiação é 80% maior”, disse.
Foi com o croata Ivan Dodig que ele obteve os melhores resultados na temporada e recebeu elogios até do sérvio Novak Djokovic, líder do ranking em simples. “Nas duplas, a maneira que se treina e o preparo físico são diferentes. É precio montar a estratégia de outra forma, pois tem uma pessoa do seu lado, então cada um encontra suas características”.
Legado
Além de se dedicar à sua carreira, Marcelo Melo também encontra tempo para colaborar com os jovens tenistas do Brasil. O atleta quer deixar um legado para depois que parar e tenta auxiliar ao máximo os garotos. “Não tive isso quando era juvenil, por isso que faço. Esse papel ajuda bastante, sei o tanto de experiência que posso passar para eles, encurtando o caminho deles. Eu tive de descobrir muitas vezes sozinho”, explicou.
Ele comenta que fica mais próximo dos jovens quando vai para a Copa Davis. “É uma ação muito boa levar os juvenis para as competições, é importante para eles. Tenho um grupo de bate-papo com alguns juvenis para trocar experiência, é válido ter essa comunicação com alguém que está jogando em alto nível. É um contato direto”.