Brasil Open deixa calendário da ATP, vira challenger e muda data
Após 19 edições, a competição irá cair para um nível inferior, tanto em termos de pontos no ranking quanto em premiação
atualizado
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Torneio de tênis mais tradicional do país, o Brasil Open vai deixar o calendário da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), em 2020. Após 19 edições, a competição de nível ATP 250 vai se tornar um challenger, competição de nível inferior, tanto em termos de pontos no ranking quanto em premiação.
O Brasil Open será substituído no circuito da ATP por um torneio em Santiago, que não recebia uma competição deste nível desde 2011 — a cidade de Viña del Mar foi sede até 2014. A capital chilena deve receber os jogos no Estádio Nacional de Santiago. A mudança de sede da competição já havia sido informada pelo jornal chileno “La Tercera”, no mês passado. Mas somente neste fim de semana o Brasil Open confirmou sua saída do calendário.
Parte importante da história do tênis brasileiro, o Brasil Open começou a ser disputado em 2001, na Costa do Sauípe, na Bahia. Em 2011, passou a ser disputado em São Paulo, com a maior parte de suas edições sendo realizada no Ginásio do Ibirapuera. Tenistas como o brasileiro Gustavo Kuerten (2002 e 2004) e o espanhol Rafael Nadal (2005 e 2013) foram campeões em solo nacional.
A partir de 2020, contudo, a competição terá nível challenger, com projeto já aprovado junto à Lei Federal de Incentivo ao Esporte e apto a ser captado, de acordo com a organização. A data também será nova, na semana no dia 23 de novembro. Ou seja, será disputado após o ATP Finals e as Finais da Copa Davis.
Sem dar mais detalhes sobre o novo status, a organização do Brasil Open comunicou que o torneio “ganhará um novo formato que trará benefícios direto para o tênis brasileiro, patrocinadores, parceiros e para o público em geral”. “O novo modelo do projeto tem como objetivo dar mais oportunidade aos tenistas brasileiros, visando a democratização dos recursos aplicados bem como uma maior abrangência do projeto readequado a atual conjuntura do tênis nacional”.
Único torneio de nível ATP no país até 2014, quando foi lançado o Rio Open, o Brasil Open vinha sofrendo com dificuldades de infraestrutura e de obter patrocinadores nos últimos anos. Nos bastidores, recebia críticas dos tenistas estrangeiros e até dos brasileiros. No ano passado, por exemplo, houve reclamações em relação à qualidade das quadras de treino. Torcedores, por sua vez, criticaram um apagão elétrico durante jogo de Thomaz Bellucci na quadra centra, no Ibirapuera.
O resgatado Torneio de Santiago será disputado em fevereiro, na gira sul-americano de saibro, junto dos Torneios de Córdoba e Buenos Aires (todos de nível ATP 250) e do Rio Open (ATP 500). O tênis chileno espera pegar carona na boa fase de tenistas como Christian Garin, 34º do mundo, e Nicolas Jarry, 77º e vice-campeão do Brasil Open de 2018.