Bia Haddad supera doping e lesões em busca do 1º título de Grand Slam
Bia e sua dupla, Anna Danilina, do Cazaquistão, brigam pelo título das duplas femininas do Australian Open contra uma dupla de tchecas
atualizado
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Beatriz Haddad Maia tem apenas 25 anos, mas já passou por muitos obstáculos para chegar onde está agora. Ela é a única representante do Brasil que segue na disputa do Australian Open e, neste domingo (30/1), ela e sua dupla, Anna Danilina, do Cazaquistão, brigam pelo título das duplas femininas, em Melbourne, contra as tchecas Barbora Krejciková e Katerina Siniaková.
Em julho de 2019, Bia foi pega no doping pelo uso de duas substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês): metabólitos de SARM S-22 e SARM LGD-4033. Elas estavam na categoria S1 da lista de substâncias proibidas da Wada naquele ano. Por isso, ela recebeu 10 meses de suspensão.
Depois, em sequência, a pandemia do novo coronavírus veio à tona e ela precisou ficar mais três meses sem jogar. Quando finalmente pôde retornar aos treinos, a tenista descobriu um tumor benigno no dedo médio da mão esquerda, com a qual joga, e precisou se afastar por mais três meses do circuito.
Queda e ascensão no ranking da WTA
Com a punição por doping, Bia acabou caindo para a última e 1342ª posição no ranking da WTA (Women’s Tennis Association) e, ao voltar a jogar, subiu para a 94ª colocação, até outubro de 2021. Assim ela retornava ao Top 100 pela primeira vez desde setembro de 2019, antes de ser suspensa.
Àquela altura, em 2021, ela fazia a segunda melhor temporada da carreira. Bia somava cinco títulos no ano, de nível ITF, logo abaixo da WTA, com aproveitamento de cerca de 80% em geral. Sendo, assim, uma das jogadoras que mais venceu jogos dentro do Top 250, somando 66 vitórias no ano, seu recorde para uma temporada só. Ela terminou 2021 com 101 jogos e 76 triunfos.
E agora, já no 29º dia de 2022, ela está caminhando a passos largos para chegar nesse patamar novamente e fazer uma temporada ainda melhor neste ano. Bia aparece em 83ª no ranking atual da WTA — sua melhor posição na lista foi 58º, em setembro de 2017 — e está na final das duplas femininas do Australian Open, a primeira de Grand Slam da sua carreira, tornando-se a terceira brasileira a chegar numa decisão de Slam. Além dela, Maria Esther Bueno e Claudia Monteiro conseguiram este feito.
A partida que pode consagrar o recomeço dos novos capítulos da sua trajetória será na madrugada deste domingo (30/1), às 1h da manhã, horário de Brasília. A brasileira e a cazaquistanesa terão pela frente a dupla tcheca que já venceu três títulos de Grand Slam juntas e são as atuais campeãs de Roland Garros e das Olimpíadas de Tóquio-2020.
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