Austrália adia deportação de Djokovic, que será definida em audiência
O tenista sérvio, número 1 no ranking mundial, permanece retido em um hotel na cidade de Melbourne em isolamento
atualizado
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A Austrália não expulsará, de forma imediata, o atual número um do tênis, Novak Djokovic, informou um advogado do governo durante uma audiência nesta quinta-feira (6/1). Christopher Tran garantiu que o país não planeja concluir a expulsão antes da audiência, prevista para segunda-feira (10/1). O tenista permanece retido no Park Hotel, um “hotel de quarentena” em Melbourne.
A posição do governo foi tomada após os advogados de Djokovic entrarem com um pedido de liminar urgente para permitir que ele permaneça no país. Na quarta-feira (5/1), o sérvio foi barrado no aeroporto de Tullamarine assim que desembarcou para disputar o Aberto da Austrália e teve seu visto cancelado.
Autoridades australianas alegam que ele não teria apresentado “padrões adequados de evidências” para entrar no país com a permissão médica especial que havia obtido na véspera. O documento permitia que entrasse e competisse em Melbourne mesmo sem comprovar a vacinação completa contra a Covid-19.
Djokovic já afirmou diversas vezes que é contra o imunizante. Ele se nega a revelar se tomou a vacina, o que o tornou alvo de polêmica nos últimos meses, principalmente após as autoridades australianas afirmarem publicamente que só aceitariam tenistas vacinados para o torneio.
A permissão que Djokovic havia obtido é prevista na lei australiana para dar conta de casos específicos na pandemia. Serve para pessoas que não tomaram o imunizante para não piorar um quadro clínico grave causado por outra doença ou porque apresentaram reação grave na primeira dose ou ainda porque tiveram covid-19 nos últimos seis meses.
Nesta quinta-feira, diversos fãs do tenista, com bandeiras da Sérvia, foram até o hotel onde Djokovic está confinado para protestar. Eles pediram que o número 1 do mundo seja liberado para disputar o Aberto da Austrália.
Nadal fala sobre o tema
Rafael Nadal se posicionou em relação à polêmica envolvendo Novak Djokovic. O número do 1 foi barrado no aeroporto em Melbourne, teve o visto cancelado e tem de deixar a Austrália. Para o espanhol, o sérvio sabia das consequências pela decisão de não se vacinar contra a covid-19.
“Ele estaria aqui sem problemas se quisesse, mas seguiu outro caminho, tomou as suas próprias decisões, como todos são livres para fazer, mas isso traz consequências”, afirmou Nadal, após vencer Ricardas Berankis, da Lituânia, pelo ATP 250 de Melbourne, que serve de preparação para o Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano.
“É claro que não gosto da situação e, de certa forma, tenho pena dele, mas, ao mesmo tempo, ele conhecia as regras há muitos meses e tomou sua decisão”, continuou o atual sexto colocado do ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais).
“O que está acontecendo não é bom para ninguém e é uma situação complicada, mas o que posso dizer é que se você está vacinado pode jogar o Aberto da Austrália ou qualquer outro torneio. Já sofremos o suficiente para não seguirmos as regras. Caso não queira se vacinar, você vai enfrentar alguns problemas”, encerrou Nadal.
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