Sucesso ou fracasso? Após muita polêmica, Copa América chega ao fim
Ameaça de desistência, descumprimento de protocolos, surto de covid e reclamação dos gramados marcaram a competição
atualizado
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A partir desta sexta-feira (9/7), a Copa América chega aos seus compromissos finais com a disputa de terceiro lugar e a grande decisão no sábado, entre Brasil e Argentina.
Depois da desistência de Colômbia e Argentina para sediarem a competição, por conta de protestos populares e o aumento dos casos de covi-19 respectivamente, a CBF se ofereceu para receber a competição com aval do Governo Federal. A Conmebol aceitou e pouco menos de um mês do início da disputa, o Brasil passou a ser sede da competição.
A mudança repentina não agradou os jogadores, comissão técnica e boa parte do público por conta da alta de casos de covid-19 e o ritmo lento da vacinação no Brasil. Apesar das manifestações contrárias a realização, o campeonato ocorreu. Vamos relembrar os pontos que marcaram uma das edições mais polêmicas da Copa América.
Casos de covid-19
Apesar da Conmebol garantir que os protocolos seriam os mais rígidos para que os casos não ocorressem, foram registrados ao menos 165 casos durante a competição, segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. O que mais chama a atenção é de que a maioria dos casos, 125 deles para ser mais específico, foram detectados em prestadores de serviços.
No entanto, houve registro de surto dentro de equipe. Foi o caso da Venezuela, que antes mesmo da estreia viu 13 de seus jogadores serem infectados pela covid-19. A Bolívia teve quatro casos confirmados para a doença,
Nesta última terça-feira a Conmebol anunciou que doará 20 mil doses de vacina para o Brasil.
Quebras de protocolo de saúde
Ao longo da competição, os protocolos de saúde estabelecidos pela Conmebol para que a disputa ocorresse de forma segura foram colocados em cheque por mais de uma vez.
O primeiro episódio ocorreu com a delegação da Venezuela, justamente a que identificou um surto dentro de seu elenco. Em reportagem exclusiva publicada pelo Metrópoles, uma pessoa denunciou que atletas que deveriam ficar isolados estavam deixando o hotel.
Para agravar a situação, a mesma fonte que fez a denúncia afirmou que os funcionários do hotel em que os venezuelanos estavam hospedados, não estavam sendo testados para a covid-19. Após a denúncia, o hotel afirmou que testaria os funcionários.
A situação não se limitou a este caso. As seleções do Brasil e do Chile também furaram os protocolos para receberem barbeiros nas concentrações. A Seleção Chilena prometeu multar os envolvidos, a CBF, por sua vez, não se pronunciou sobre o caso.
Gramados ruins
Outro ponto que ganhou um destaque negativo durante a realização da Copa América foi a má condição de alguns dos gramados que receberam partidas oficiais. O Nilton Santos, em especial, foi um dos mais criticados por diferentes figuras.
O craque argentino Lionel Messi foi o primeiro a criticar a situação do gramado carioca. Logo após a estreia contra o Chile na primeira rodada, o camisa 10 da Argentina reclamou das condições da grama do estádio. A fala foi reforçado pelo técnico Lionel Scaloni.
Pouco tempo depois foi a vez de Neymar, através de suas redes sociais, criticar a qualidade do gramado do Engenhão. Tite confirmou que as condições não estavam ideais e em mais de uma oportunidade pediu para que a situação fosse resolvida.
A situação chegou em um ponto que os chilenos consideraram retornar para Santiago, apenas para treinarem em um gramado em melhores condições.
Multas autoritárias
Apesar das falhas flagrantes no planejamento, a Conmebol se mostrou contrária a possibilidade de receber críticas daqueles que estavam envolvidos.
Após quatro jogadores testarem positivo para Covid-19, Marcelo Moreno criticou a Conmebol em sua rede social e não demorou para a retaliação vir. Poucos dias após a publicação, a entidade multou o jogador e o suspendeu por uma partida.
Algo semelhante ocorreu com o técnico da Seleção Brasileira, Tite. O treinador além de criticar o estado do gramado, afirmou que a organização da competição foi “atabalhoada”. A afirmação foi suficiente para que a Conmebol aplicasse uma multa para Tite.
Alívio
Apesar da postura questionável, dos protocolos frágeis, da má qualidade dos gramados e das repreensões às críticas, a Conmebol conseguiu realizar a Copa América no Brasil.
Dentro de campo, poucos jogos chamaram a atenção por conta da sua qualidade técnica. No entanto, pode estar na final a cereja do bolo. A final entre Brasil e Argentina atende a expectativa de boa parte de brasileiros e argentinos, que enxergam as duas seleções como as melhores do continente.
Além disso, essa será a primeira final com Neymar e Messi em lados opostos. Os dois nunca decidiram um título anteriormente como adversários. Chance de um episódio único na história do futebol.
Brasil e Argentina se enfrentam no Maracanã, no sábado (10/7), às 22h.