Saiba mais sobre Luigi Vendramini, brasiliense que voltou com tudo no UFC
Lutador de Brasília contou um pouco de sua história ao Metrópoles
atualizado
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O brasiliense Luigi Vendramini sabe bem o significado da palavra persistência. O candango deu a volta por cima no UFC depois de ficar dois anos afastado por lesão e estrear com derrota no maior evento de lutas do mundo. O atleta do UFC falou com o Metrópoles sobre o tormento da lesão que o tirou dos octógonos por dois anos e o retorno triunfal no dia 3 de outubro, com direito a bônus de quase R$ 300 mil.
Do sonho ao pesadelo
Luigi começou a se destacar no MMA em Brasília e em Goiás. Em destaque, o lutador foi aos Estados Unidos treinar. E o convite para o UFC não demorou a acontecer. Mas a estreia acabou não sendo do jeito que ele esperava. Convocado às pressas, o brasiliense teve que lutar uma categoria de peso acima da sua.
Logo no começo da luta contra o brasileiro Elizeu Capoeira, o brasiliense lesionou o joelho. Ainda assim, mostrou bravura, venceu o primeiro round e por pouco não finalizou o adversário. Mas em golpe de mérito do rival, acabou derrotado por nocaute. Mas a derrota não seria nem de longe o pior problema para o candango.
Pausa na carreira
Logo após o revés, a notícia que nenhum atleta gostaria de receber: Luigi havia rompido o ligamento do joelho e teria que passar por cirurgia. Meses depois, a mesma lesão o afastaria por mais tempo do octógono. No tempo em que esteve afastado dos treinamentos, o morador do Lago Norte teve que se virar nos trinta para se sustentar. E o comércio da família foi a solução.
“Durante os dois anos que fiquei afastado nas lutas, trabalhei na confeitaria da minha mãe, na Asa Sul. Foi uma forma de ocupar minha mente”, conta o lutador. “Eu tive que trabalhar muito a minha parte mental. Passei por duas cirurgias no joelho. Tive que fazer muito trabalho de fortalecimento por causa da lesão. Passava o dia trabalhando e treinando e sempre que conseguia tinha que ir para a fisioterapia”, revela sobre a rotina após a lesão.
O retorno
Depois de dois anos de recuperação e de afastamento, o retorno estava marcado. No dia 3 de outubro, Luigi voltava ao octógono do UFC para enfrentar o alemão Jessin Ayari, em Abu Dhabi. Lutando em sua categoria, até 70kg, o brasiliense atropelou o adversário em um nocaute avassalador.
“Eu tive que lutar contra ele e contra meus demônios, depois de tudo que passei. Poder voltar e dar a volta por cima foi um momento muito mágico na minha vida. Dia 3 de outubro de 2020 é um dia que quero tatuar”, comemora.
A recompensa
A volta para o UFC não poderia ser melhor. A vitória sobre o alemão rendeu ao brasiliense o bônus de nocaute da noite. Luigi recebeu um valor aproximado de R$ 285 mil. “Foi a cereja do bolo. Eu e minha família passamos por muita dificuldade. Todo o comércio sofreu por causa da pandemia. Então foi um momento para podermos recomeçar, dá alívio um pouco para a gente”, diz.
Agora, o candango espera trilhar o caminho rumo ao cinturão dos leves. Luigi ainda não tem luta marcada, mas espera voltar aos ringues em dezembro. “Tenho muito orgulho de representar Brasília. Fiquei muito feliz ao receber mensagens e fotos de várias pessoas em bares acompanhando a luta. É o reconhecimento por tudo que a gente trabalha”, finaliza.