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Rumo ao Rio. Conheça cinco atletas brasilienses que treinam na capital e lutam para estar nas Olimpíadas de 2016

O DF luta por vagas no tiro com arco, atletismo, taekwondo e saltos ornamentais. Jogos do Rio de Janeiro marcam primeira edição do torneio a ser realizada na América do Sul

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
HUGO PARISI _ SALTOS ORNAMENTAIS
1 de 1 HUGO PARISI _ SALTOS ORNAMENTAIS - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após conquistar o terceiro lugar geral nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, a meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de colocar o país entre os dez primeiros no quadro de medalhas em 2016 é ambiciosa.

Nas Olimpíadas de Londres, 2012, o Brasil ficou com a 22ª colocação – uma à frente da conquistada em Pequim, em 2008. No entanto, faltando menos de um ano para os Jogos do Rio de Janeiro, o país alcançou o pódio em 141 oportunidades – cinco delas com atletas brasilienses – e registrou apenas 41 ouros, marcando seu pior desempenho entre as últimas três edições do Pan.

Este ano, a que será a primeira edição dos Jogos Olímpicos realizada na América do Sul promete marcar não só a história do país, mas também a de Brasília: enquanto oito atletas representaram a cidade em 2012, a tendência é que este número aumente em 2016. Geralmente lembrada pela arquitetura, a capital demonstra, cada vez mais, sua força como celeiro de bons atletas e promete agitar a briga por vagas no torneio.

Confira cinco atletas brasilienses que podem estar nos Jogos Olímpicos de 2016:

Bernardo Oliveira
Tiro com arco

Rafaela Felicciano/Metrópoles
*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Aos 11 anos, Bernardo Oliveira começou a praticar o tiro com arco por influência de um amigo. Na época, as aulas eram realizadas no salão de festas do Clube do Exército e, aos poucos, o que começou como uma brincadeira virou coisa séria. Hoje, chega a treinar de seis a oito horas por dia e divide a rotina de exercícios no clube com o curso de engenharia mecânica na Universidade de Brasília (UnB). Nascido na capital, acredita que o centro de treinamento da cidade seja um dos melhores do país. “O campo de Brasília é amplo e muito bem localizado”, avalia.

Primeiro colocado no ranking da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) na categoria olímpica (Recurvo Round 70m) em 2015, o atleta de 22 anos vem se destacando ao longo dos últimos anos. Em 2012, era um dos principais candidatos para a disputa de Londres, mas acabou não se classificando.

Convidado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foi um dos 16 jovens esportistas a acompanhar de perto os jogos na cidade inglesa. “Mesmo de fora do campo, pude sentir o que era competir em casa. Quando os britânicos entravam na arena, era como se ela fosse cair com o barulho da torcida”, relembra, animado.

Caio Bonfim
Marcha atlética

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A marcha atlética sempre esteve presente na vida de Caio Bonfim. Filho do técnico João Sena Bonfim e da ex-marchadora Gianetti de Oliveira Bonfim, frequenta desde criança o Centro de Atletismo de Sobradinho (Caso), sediado no Estádio Augustinho Lima. Porém, somente em 2007, decidiu trocar os gramados pelas pistas.

Após jogar por oito meses como lateral esquerdo nas categorias de base do Brasiliense Futebol Clube (DF), o apreço pela marcha falou mais alto e agora dedica-se quase exclusivamente ao esporte. “Meus pais sempre estiveram envolvidos com a modalidade. Eu e meu irmão passávamos as férias com eles no estádio”, recorda o atleta de 24 anos.

Já classificado para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, foi o único brasileiro a disputar a marcha atlética de 20 quilômetros na última edição dos Jogos, terminando a prova na 39ª colocação. Na época com 21 anos, o marchador garante que o torneio não se resume ao momento da disputa e que os quatro anos anteriores são fundamentais para o desempenho na competição. “O mais legal é a pós-Olimpíada. Tudo muda quando você se torna um atleta olímpico”.

Diego Azevedo
Taekwondo

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*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Dizem que filho de peixe, peixinho é. E, nesse caso, o velho ditado se aplica bem. Em uma família onde pai, tio e irmãos lutam taekwondo, o caminho de Diego Azevedo, 25 anos, não poderia ser diferente. Estimulado pelo pai, que é também seu treinador, começou a lutar aos 4 anos e não parou mais. “A princípio, procurei o esporte para emagrecer e controlar a hiperatividade, mas era algo que já estava no sangue”, conta.

No início, treinava e competia pela escola onde estudava, lembrando que, por conta dos torneios, tinha datas especiais para realizar as provas do colégio. Duas décadas mais tarde, voltou a treinar no local onde tudo começou e é hoje atual vice-campeão mundial universitário da modalidade na categoria até 80 quilos.

Integrante da seleção brasileira principal e segundo colocado no ranking* da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) na categoria até 80 quilos, Diego sonha em trazer uma medalha olímpica para o país. E, para chegar até lá, não pretende deixar a cidade de origem. “Tenho tudo o que preciso em Brasília”, declara. Ele, que divide o tempo entre as regiões administrativas de Águas Claras e Taguatinga, costuma classificar sua trajetória no esporte em dois grandes momentos: “Eu vejo Taguatinga como o epicentro, onde tudo começou. E Águas Claras é o local onde enxergo novas possibilidades”.

Guilherme Dias
Taekwondo

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*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Foi por acaso que Guilherme Dias começou a lutar taekwondo. Aos 5 anos, por indicação do psicólogo para conter a hiperatividade, entrou em uma escolinha de artes marciais que ficava a cinco minutos de casa e teve o primeiro contato com a modalidade. “Quando comecei a lutar, ficava muitas vezes de castigo por chutar as coisas em casa”, relembra Guilherme.

Hoje, o atleta de 23 anos é o primeiro colocado no ranking* da CBTKD na categoria até 58 quilos. Nascido em Brasília, fez as malas e passou uma temporada treinando em Piracicaba (SP), em meados de 2014. De volta à capital, alterna a prática entre o Sudoeste e Taguatinga. “Treino uma média de quatro horas por dia, seis vezes por semana”, revela.

A um quilo de se enquadrar em sua categoria de luta, não atingiu o peso necessário para disputar o Mundial do ano passado, na Rússia. Com isso, vai ter que suar um pouco mais o dobok – quimono utilizado na modalidade – para garantir a classificação olímpica. O pré-olímpico pan-americano de taekwondo reserva 16 vagas para os jogos (duas por categoria) e ocorre entre janeiro e abril de 2016.

Hugo Parisi
Saltos ornamentais

Repórter: Caroline Bchara – foto: Rafaela Felicciano Retranca: Esportes Data: 09-06-2015 Hugo Parisi – 8181 8613 (saltos ornamentais ) Pauta: Atletas de Brasília com chances de disputar as Olimpíadas de 2016
*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Se aos 7 anos Hugo Parisi começou a saltar por vontade dos pais, hoje não se vê fazendo outra coisa. “Quando tive direito de escolha, já era apaixonado pela modalidade”, revela o atleta, que teve o primeiro contato com os saltos ornamentais na piscina do antigo Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação (Defer).

Ele, que já chegou a trocar a capital pelo Rio de Janeiro, garante que a estrutura de treinos encontrada em Brasília não se assemelha a nenhuma outra do país. “A cidade está mais bem equipada do que a sede da próxima edição dos Jogos”, avalia.

Com três participações olímpicas no currículo (2004, 2008 e 2012), Hugo teve o seu melhor resultado em Pequim, quando conquistou a 19ª posição na disputa da plataforma de 10 metros individual. Agora, trabalha pela classificação para defender as cores do país dentro de casa. “Conquistar a vaga olímpica muda a cabeça de qualquer um”, confessa. Experiente, o atleta de 31 anos conhece bem o caminho para chegar lá.

* A última atualização do ranking da CBTKD foi divulgada em abril de 2015

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