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Rio-2016 faz força-tarefa para salvar gramado do Mané até Olimpíadas

Palco de dez jogos, campo está em condições precárias, conforme imagens que circularam o mundo pelas redes sociais logo após o jogo entre Flamengo e Atlético-MG, no dia 10 de julho. O que se viu foram pedaços sem grama e muita areia espalhada

atualizado

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André Borges/Agência Brasília
mané garrincha
1 de 1 mané garrincha - Foto: André Borges/Agência Brasília

A menos de 20 dias de Brasília receber partidas de futebol válidas pelos Jogos Rio-2016, a capital do país trava uma guerra particular para não dar um vexame olímpico. O adversário é o tempo, e uma derrota representará um fiasco de grandes proporções. A missão é recuperar o gramado do Estádio Mané Garrincha, palco de dez jogos, que está em condições precárias, conforme imagens que circularam o mundo pelas redes sociais logo após o jogo entre Flamengo e Atlético-MG, no dia 10 de julho. O que se viu foram pedaços sem grama e muita areia espalhada.

A arena foi entregue no dia seguinte ao Comitê Organizador dos jogos olímpicos, e o campo é alvo de uma “força-tarefa” instalada para garantir que todos os reparos necessários sejam feitos a tempo. Em nota ao Metrópoles, o Comitê Organizador afirmou que instalou o grupo “para dar sequência à manutenção do gramado” e que o ele estará melhor. Porém, não soube informar se conseguirá recuperá-lo integralmente e nem autorizou a visita da reportagem ao local.

TV/Reprodução
Flamengo x Galo, em 10 de julho: foto que circulou no Twitter mostra falhas no gramado

 

Com a interrupção no uso do estádio e o trabalho ostensivo dos agrônomos responsáveis, o campo estará em melhores condições para receber as 10 partidas dos Jogos Olímpicos programadas para Brasília.

Comitê Organizados dos Jogos Rio-2016

Questionada sobre o estado do gramado no momento em que entregou o Mané para o Rio-2016, a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer disse apenas que o local recebe manutenção diária. “Devido à mudança de estação, foi feita a substituição da grama de verão para a de inverno. O processo foi iniciado com o replantio de grama de inverno e a poda da grama de verão, para a aplicação das sementes e areia”, informou a pasta, garantindo que tudo estará em perfeitas condições para as Olimpíadas.

Mais caro da Copa
O Mané Garrincha, estádio mais caro construído para a Copa do Mundo do Brasil em 2014, será palco de duelos entre os dias 4 e 13 de agosto. Serão sete partidas masculinas e três femininas. A arena custou cerca de R$ 1,7 bilhão e a obra está na mira da Operação Lava Jato, com suspeitas de pagamento de propina a dois ex-governadores, além de ser investigada pelo Tribunal de Contas do DF, que analisa se houve superfaturamento nos contratos.

O campo do estádio sempre foi alvo de polêmica, desde a opção feita pelos responsáveis por sua construção, de importar o gramado em placas e não de fazer o plantio na própria arena. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou ação penal contra os ex-gestores da Novacap, acusados de favorecer o grupo Greenleaf Projetos e Serviços S/A no contrato de implantação da grama no Mané Garrincha.

A denúncia apresenta um histórico de alterações qualitativas (tipo de plantio e espécie de grama) e quantitativas (serviços de implantação), realizadas após a contratação da empresa, que culminaram na quebra da isonomia da licitação e elevaram o custo do contrato de R$ 5,9 milhões para R$ 6,6 milhões. Tabela, anexada à ação, verificou que o preço final da grama plantada foi acrescido em 663,95%, passando de R$ 12,44 o metro quadrado para R$ 82,60. Sem contar que as mudanças ocorreram em desacordo com as orientações da Fifa.

 

 Valter Campanato/ABr
Gramado do Mané Garrincha foi importado do Nordeste

 

Até maio de 2015, a Greenleaf tinha contrato para prestar o serviço de manutenção do gramado, que só voltou a ser executado em maio de 2016 após nova licitação. Nesse período de um ano sem a prestação do serviço, coube ao GDF cuidar do campo.

Locais de treinamento
O Abadião, em Ceilândia; o Cave, no Guará; o Bezerrão, no Gama; e o Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros Militar serão usados para o treinamento de pelo menos 12 seleções que passarão pela capital federal.

A situação nestes locais, no entanto, tampouco é animadora, conforme revelou o Metrópoles em 24 de junho. No Cave, por exemplo, atletas terão que se trocar em contêineres por falta de vestiários adequados.

 

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