Quem era Pietra Medeiros, jogadora de futsal que faleceu de hepatite
Em entrevista ao G1, a mãe e o pai de Pietra, além da coordenadora do Taboão Magnus, falaram sobre a vida da atleta no mundo do futsal
atualizado
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Pessoas próximas a Pietra Medeiros, jogadora de futsal do Taboão que faleceu nessa sexta-feira (19/8) devido a uma hepatite autoimune fulminante em São Paulo, descreveram a atleta como tímida, dedicada, forte, uma “menina de ouro” em entrevista ao portal G1.
A vida no futsal
Pietra iniciou sua vida nas quadras de futsal aos 7 anos de idade após seu irmão mais novo entrar para uma escola em Taboão da Serra. Desde então, ela começou a fazer partes das categorias de base do Magnus, que foi inaugurada em 2009.
Com 16 anos a atleta já era figura presente na equipe profissional do clube. A mãe de Pietra relembrou o último título conquistado e a dedicação como jogadora.
“Com 16 anos iniciou no profissional, a jogar junto com as meninas do profissional. O titulo mais recente delas foi a Libertadores, na Bolívia. [Ela] foi até destaque da base que estava ali” disse.
“A Pietra sempre foi muito dedicada, correta, justa nas coisas que fazia – chegava antes dos treinos e ia embora depois. Ela tinha essa dedicação muito forte” completou a mãe.
Nas categorias de base a jovem promessa do futsal brasileiro somou mais de 15 conquistas e desejava promover tanto o esporte quanto a modalidade feminina dele.
Ainda ao G1, Priscila Silva, coordenadora do Taboão, também fez questão de elogiar Pietra destacando a carreira vitoriosa desde a base.
“Como jogadora, a gente não tem muito o que falar dela: sempre foi um talento, desde os 10 anos, sempre jogou acima das média de todas as meninas. Com 16 anos, já subiu para jogar no profissional. Ganhou tudo o que você pode imaginar na categoria de base: sub-13, 15, 16, 17, 18 – ganhou todas as competições” declarou a coordenadora.
Já na equipe profissional, a jovem foi campeã pelo menos de mais nove competições, entre elas estão duas Supercopas, duas Copas do Brasil, o Novo Futsal Feminino Brasil (NFFB), a Libertadores e mais três campeonatos paulistas.
A coordenadora também revelou que a atleta não gostava quando os treinos eram cancelados e que Pietra vivia 24 horas por dia de futsal. A dirigente da equipe também destacou a presença da família e revelou histórias de bastidores, como quando a avó parou de amarrar os cabelos de Pietra.
“Ela transformou a família dela para viver [o futsal] também – a família dela não era dela, era nossa”, diz. “Todo treino tinha alguém acompanhando ela – avô, avó. Até os 16 anos, a avó dela entrava no vestiário para amarrar o cabelo dela. Acabou que a avó parou de amarrar o cabelo de tanto que a gente zoava [fazia brincadeiras]” relata Priscila.
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O pai de Pietra, Adriano Pires, declarou que a filha lutava pelo crescimento da modalidade e acredita que a filha pode ter deixado um legado pela dedicação e amor ao que praticava. Além disso, a mãe da jogadora destacou a relação dela com as companheiras de equipe.
“Ela lutava a favor do esporte, do futsal feminino, que é tão pouco divulgado, tem tão pouco incentivo. Isso é um legado que eu acho que ela queria muito ter deixado. Ela brigava muito por isso, porque era o que amava fazer” disse Adriano.
“Ela amava muito as meninas, as companheiras de clube, as treinadoras, sempre foram as mesmas desde o início, viram toda a trajetória. A gente sabia que ela amava estar ali naquele lugar”, conta Patrícia.
Por fim, a mãe de Pietra declarou que as mensagens, orações e homenagens têm fortalecido a família e que acredita que deus honrou muito vida da filha.
“A gente acredita que Deus honrou muito a vida dela. É nisso que a gente acredita, na vontade soberana de Deus. O que ela amava era o futsal, e a gente espera que ela deixe esse legado, que está crescendo a cada dia, esse legado de empatia” completou.