Premier League, NBA, NFL e NHL: Covid volta a ameaçar o esporte
Diversas ligas no futebol, basquete, futebol americano e hóquei no gelo estão sofrendo com surtos da Covid-19
atualizado
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Depois de um longo período sem poder estar presente nas grandes competições esportivas pelo mundo, as torcidas estavam voltando a se ambientar aos estádios, ginásios e arenas lotadas, mas a pandemia alerta que ainda está entre nós. Diversas ligas como a Premier League no futebol, NBA no basquete, NFL no futebol americano e NHL no hóquei no gelo estão sofrendo com surtos da Covid-19.
As notícias não param de chegar. No início de dezembro, o Tottenham anunciou ter oito jogadores com testes positivos para a doença e mais cinco integrantes do estafe do clube também infectados pelo novo coronavírus, o que resultou em jogo adiado pelo Campeonato Inglês. Uma semana depois, o confronto entre Burnley x Watford também teve a data alterada 2h30 antes do início da partida, pois o time visitante não teria jogadores suficiente para jogar devido ao alto número de atletas doentes.
O Manchester United também precisou tomar medidas para conter um surto no clube. Em 13 de dezembro, o clube interditou as instalações da equipe principal por 24 horas pois um grupo formado por jogadores e funcionários testou positivo para a Covid.
Na Espanha, o Real Madrid anunciou nessa quinta-feira (16/12) mais cinco nomes (Bale, Asensio, Rodrygo, Andriy Lunin e o assistente técnico Davide Ancelotti) infectados junto de Modric e Marcelo, que testaram positivo na última quarta (15/12).
Na NBA, cinco times sofrem com a pandemia: o Chicago Bulls, Los Angeles Lakers, Milwaukee Bucks, Brooklyn Nets e o Sacramento Kings. A notícia dos Kings saiu nessa quinta, após o time cancelar o treino e fechar suas instalações. No jogo contra o Washington Wizards, dessa quarta, Doug Christie serviu como treinador, já que o técnico interino Alvin Gentry não pôde estar com o time após testar positivo.
De acordo com Adrian Wojnarowski da ESPN, somente este mês, 47 jogadores entraram nos protocolos da Covid-19 e foram afastados dos seus times. Na quarta, a NBA identificou o seu primeiro caso da variante Ômicron em um recente teste de Covid-19 feito nos jogadores, de acordo com o jornalista do The Athletic Shams Charania.
Na NFL, a situação também é assustadora. Em 13 de dezembro, a liga registrou o recorde de 37 casos positivos do novo coronavírus em um único dia. O número foi maior em um dia do que os meses inteiros de setembro ou outubro juntos, e o dobro do recorde anterior da temporada, de 18. Times como o Los Angeles Rams, Miami Dolphins, Los Angeles Chargers, Dallas Cowboys, Kansas City Chiefs, New York Giants e Cleveland Browns foram prejudicados e ficaram desfalcados de seus craques.
Na principal liga de hóquei no gelo, a NHL, o Calgary Flames sofre bastante com um surto que já atingiu pelo menos 16 jogadores e três técnicos — números atualizado até essa quinta —, entre eles algumas confirmações da variante Ômicron. A equipe teve diversos jogos adiados, mas não é a única vítima da pandemia. O Boston Bruins, o New York Islanders, o Colorado Avalanche, o Carolina Hurricanes e o Florida Panthers também sofreram.
Análise da especialista
A infectologista Valéria Paes conversou com o Metrópoles e lembrou que “em muitos esportes, lá no começo da pandemia, os atletas permaneceram confinados, foram testados e isso evitou que houvesse algum tipo de surto, porque eles, durante a prática da atividade esportiva, permanecem em contato físico, principalmente nos esportes coletivos. Porém, este isolamento, este confinamento, ele é inviável a longo prazo, então é a mesma dinâmica que acontece na cidade como um todo”, ressaltou. “É um grupo que está em contato físico, que sai do ambiente de trabalho, tem contato com família, com ambiente externo e volta a ter contato. Esse contato é o que predispõe e permite que ocorram as transmissões das infecções.”
Valéria enxerga a volta do público como um risco, mas que pode ser mantido se forem respeitados os protocolos de saúde e as formas de prevenção de infecção. E, claro, frisou a importância da vacina. “Recomendo fortemente a vacina, inclusive para todos os atletas e para todos os membros da comissão técnica, mesmo quem não vai atuar como atleta, mas todos os profissionais envolvidos.”
“Obviamente, os atletas vacinados estão melhor protegidos. A gente sabe que a vacina não protege totalmente contra a infecção, mas reduz bastante a probabilidade da infecção e o risco de adoecimento. Um ambiente com todas as pessoas vacinadas é muito mais seguro e com menor probabilidade de ocorrência de surtos da Covid”, explicou a especialista.
Ela comentou ainda sobre as sequelas que a doença pode deixar até para os atletas de alto rendimento. “Uma infecção por Covid, mesmo que não seja uma infecção grave a ponto de levar a uma internação, ela pode gerar repercussões importantes na saúde do atleta e levar a perda de rendimento. Mesmo que não sejam de grupo de risco, os atletas precisam se proteger.”
Em busca de soluções
Nessa quinta-feira, a NFL e o Sindicato de Jogadores da NFL implementaram mudanças nos protocolos Covid-19 da liga, algumas das quais já estão sendo colocadas em prática, tendo em vista o crescimento no número de atletas infectados.
As 32 equipes serão colocadas nos protocolos intensivos de Covid-19 até o fim da semana 15. Isso significa que o uso de máscara nas instalações dos times será obrigatório, bem como distanciamento social, serviço de refeições “pegue e vá”, ou seja, os alimentos ficam embalados e dispostos em um ambiente no qual os atletas pegam e se retiram do ambiente. Além disso, haverá o retorno de reuniões virtuais, limite no número de pessoas permitidas nas salas de musculação e restrições nas atividades fora das instalações.
Na Premier League, o atual treinador do Aston Villa e ex-jogador, Steven Gerrard disse em entrevista coletiva que quer usar a vacinação contra a Covid-19 como critério na hora de contratar jogadores. “Nós temos um planejamento e processo de contração muito detalhados. Eu fico impressionado em como Johan Lange (diretor) é cuidadoso com todos os detalhes, realmente olhamos tudo. Então, com certeza, essa questão irá aparecer quando for preciso”, afirmou.
Há uma vontade nos bastidores de paralisar a competição, mas a Premier League já informou que vai “continuar com seu calendário de jogos onde for possível com segurança” e afirmou que vai reintroduzir protocolos de controle mais rígidos. Na última semana, 42 dirigentes, jogadores e funcionários da liga testaram positivo para a Covid-19, batendo o recorde de uma semana desde o início dos testes.
Respeitando também a situação da saúde da população, na NHL, o Montreal Canadiens anunciou que jogaria a partida dessa quinta contra o Philadelphia Flyers sem presença do público no Bell Centre, devido ao aumento de casos em Quebec.
Em Ontario, também no Canadá, o governo estabeleceu limites de capacidade em eventos esportivos na província, afetando tanto o Toronto Raptors na NBA quanto o Toronto Maple Leafs e o Ottawa Senators na NHL.
A partir deste sábado (18/12), qualquer estádio na província que comporte pelo menos mil pessoas terá sua capacidade reduzida para 50%. A medida acontece por conta do aumento no número de casos de Covid-19 no país.
Preocupada, a NBA pretende retomar a realização de testes diários, pelo menos no curto prazo, para jogadores e treinadores. No entanto, os jogadores totalmente vacinados contra Covid-19 não precisarão dos testes diários nesta temporada. Segundo informações da NBA, cerca de 97% dos atletas foram vacinados e pouco mais de 60% receberam reforço. Apesar dos números, foi divulgado que 33 jogadores estão no protocolo de saúde atualmente, além de Rick Carlisle, técnico do Indiana Pacers, e Alvin Gentry, técnico interino do Sacramento Kings.
É importante que as ligas permaneçam atentas, mantenham o controle dos infectados e, se preciso, sejam ainda mais rígidas com os protocolos, diminuam a capacidade dos estádios novamente ou até vetem a torcida por um período, até que a situação volte a ser mais tranquila novamente.
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