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Paratletas comentam luta por inclusão e contra o capacitismo

No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, os paratletas Roger Gross e Fernando Aranha falaram sobre a luta para se ter inclusão

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1 de 1 Paratletas - Metrópoles - Foto: Repodução

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é comemorado neste domingo (3/12). De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem cerca de 18,6 milhões de pessoas com alguma deficiência.

E, visando mais inclusão e luta contra o capacitismo dentro do esporte, os paratletas Fernando Aranha e Roger Gross Jacinto comentaram sobre a importância do esporte em suas vidas e combates diários para alcançar o êxito.

Fernando tem 45 anos e é um atleta de Triathlon. O esportista usa uma cadeira de rodas devido às consequências da poliomielite. Entre a adolescência e o início da vida adulta, ele começou a praticar basquete e, desde então, não saiu mais dos esportes.

Mudou de modalidade, devido a rotinas de trabalho e estudo, e optou por migrar para competições individuais até escolher o Triathlon. “Esse é o esporte que me deu mais realização e satisfação para representar o Brasil nas competições”, diz o atleta, que já competiu dentro e fora do país, e conquistou títulos no Campeonato Brasileiros de Triathlon.

Já Roger, de 24 anos, conquistou, no ano passado, o título de Campeão Brasileiro de Paratletismo na classe T62. O atleta nasceu com uma má formação nas pernas, e por isso necessita utilizar uma prótese em cada membro para o seu calendário de duros treinos diários.

“A gente tem que cuidar da alimentação, do sono, é preciso ter uma rotina de atividades de segunda-feira a sábado, com treinos em dois períodos por dia. Não tem essa história de descansar”, afirmou.

Dificuldades e preconceito

Ainda que os dois atletas tenham dias puxados de exercícios com foco nas competições, com toda a assistência necessária, os dois reconhecem que a população nestas condições ainda enfrenta muitas barreiras, mesmo com alguns avanços conquistados.

Roger menciona a questão do capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência, que ainda está presente na sociedade. “Dificuldade existe para todo mundo, e cada um tem a sua. Mas não é porque eu não tenho as duas pernas que o que eu faço é uma superação. Acho melhor tirarmos essa imagem de coitadinho e mostrar mais a motivação que isso pode gerar para as pessoas”, comenta o atleta.

Fernando fala sobre a importância das pessoas com deficiência se mostrarem mais para a sociedade com suas demandas. “O nosso entorno só vai melhorar quando a gente se expor, mostrar demandas necessárias, e com isso o poder público e a sociedade não precisam nos tratar como um prato de porcelana. O ser humano é apto, como também tem necessidade de se sentir produtivo”, opina.

O atleta ainda acredita na necessidade de inclusão de forma mais ampla, quando menciona os problemas que os deficientes enfrentam em grandes cidades, como São Paulo. “Quando penso nisso é de uma maneira mais universal de olhar uma cidade para todos. Se uma calçada pode ser ideal para um deficiente, também vai ser o lugar de bom acesso para uma mulher com um carrinho de bebê, por exemplo. Se existe um poste no meio da calçada e não tiver o recuo para uma cadeira de rodas, uma pessoa com bicicleta também terá dificuldades”, avaliou.

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