Arqueiro Sem Braços vai em busca da segunda medalha paralímpica
Ícone do paradesporto, o norte-americano Matt Stutzman compete nesta quarta-feira (14/9) no Rio de Janeiro
atualizado
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Se alguém imagina uma cena de quebra de recordes mundiais no tiro com arco, pensa logo em um arqueiro com um braço esticado segurando seu equipamento e o outro tracionando a corda para efetuar o disparo. No entanto, é o nome deste sorridente norte-americano da foto abaixo que está no Guinness Book, o Livro dos Recordes. Sim, Matt Stutzman, “The Armless Archer” – o “Arqueiro Sem Braços” – é o homem que acertou uma flecha na maior distância do mundo: 930 pés (o equivalente a 283,4m).
Detentor da prata em Londres-2012 e no Parapan de Toronto-2015, ele é um dos atletas mais emblemáticos em ação nas Paralimpíadas no Brasil. Chega ao Brasil como um dos favoritos ao pódio da prova masculina individual do arco composto, que será disputada nesta quarta-feira (14/9), no Sambódromo. Na rodada classificatória, ele ficou em quarto entre os 31 inscritos e enfrentará o porto-riquenho Alexis Rosario a partir das 10h. Nas oitavas de final, o brasileiro Andrey Muniz de Castro pode ser seu adversário, caso ambos vençam o primeiro combate.
Matt já foi personagem de diversas reportagens e documentários. “Já falei a frase ‘tudo é possível’ várias vezes, mas sei que, com isso, estimulo as pessoas a tentarem ir cada vez mais longe”, disse o americano.”Não importa se você tem deficiência ou não. Por isso quero sempre motivar as pessoas a fazerem o que imaginam ser capazes”, acrescentou, antes de elogiar a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e ParalímpicosA habilidade e desenvoltura para um esporte que exige tanta precisão impressionam. Sem os dois braços desde o nascimento, Matt desenvolveu uma técnica especial para disparar. Ele usa o pé esquerdo para encaixar a flecha, segura o arco com o pé direito e puxa a corda com um equipamento especial e dispara ao mover seu maxilar.
“A precisão vem do treinamento. E a habilidade nos pés é porque todos os dias caminho com as minhas mãos”, brinca o americano, que escreve, dirige, digita em celulares e tablets, escova os dentes e faz praticamente tudo com os pés.
Apaixonado por esportes desde criança, ele contou que já se dedicou ao futebol. “Adoro o ‘soccer’, mas praticava era o futebol americano. Fui kicker (jogador que executa o field goal) de uma equipe semi-profissional no meu estado”.
“Além de poder competir aqui, conhecer o Rio é um prazer enorme. Visitei alguns pontos da cidade e, por mim, ficaria para sempre na praia de Copacabana. Mas amo minha cidade e estou aqui também pelos habitantes de lá”, contou Stultzman, que reside em Fairfield, no Iowa (região Centro-Oeste dos Estados Unidos).