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Após expulsão de árbitros de handebol, vítimas de racismo e machismo dão seus relatos

Dois árbitros foram expulsos após comentários preconceituosos e machistas terem sido captados por câmera que transmitia a partida

atualizado

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Arquivo Pessoal
Atletas protestam contra assédio sexual no handebol
1 de 1 Atletas protestam contra assédio sexual no handebol - Foto: Arquivo Pessoal

As atletas e o treinador do time de handebol feminino do Araraquara deram seus depoimentos nesta terça-feira (21/9) para o “Globo Esporte”, após a repercussão dos comentários machistas e preconceituosos feitos por dois árbitros durante uma partida realizada em Sorocaba pelo Campeonato Brasileiro Júnior.

Nesta terça o técnico Robison Santos, do Araraquara, comentou em depoimento ao “Globo Esporte” a gravidade dos comentários feitas pelos árbitros. Robinson é um dos primeiros alvos. É possível ouvir os árbitros chamando o treinador de “seboso, cara de bêbado, mal vestido. Parecia uma moça jogando”.

“Eu não me visto diferente de nenhum técnico. Não vejo porque tenho cara de bêbado. São comentários totalmente desnecessários. Não sei onde sou seboso. Por que meu cabelo é blackpower? O racismo às vezes é direto, às vezes ele é estrutural. Nesse caso, tá dentro da estrutura das frases, né? Não precisa de muito conhecimento sobre o que é racismo para notar que as ofensas e as conotações colocadas a mim estão dentro disso”, destacou o treinador.

Além dos comentários direcionados ao treinador, os dois árbitros ainda fazem uma série de observações inconvenientes sobre a forma física de algumas das atletas em quadra. Vale lembrar que o campeonato Brasileiro Júnior de handebol reúne jogadoras entre 17 e 21 anos.

Amanda Stein, de 21 anos, armadora do Araraquara contou como ela e as colegas de equipe descobriram os comentários feitos a ela e a outras jogadoras.

“Nossa amiga estava ouvindo o jogo pelo fone de ouvido e enviou num grupo em que não estavam os técnicos. Num primeiro momento foi um choque por não acreditar que aquelas pessoas, que deveriam dar o exemplo, falando aquelas coisas. Mas depois o que prevaleceu foi a raiva, por eles estarem lá, fazerem isso com a gente, esses comentários preconceituoso”, relatou a armadora.

Ela ainda destacou durante a entrevista que, infelizmente, esse tipo de comentário é corriqueiro dentro do meio esportivo, mas que desta vez ouve a prova material de que eles foram feitos.

Os dois árbitros acompanhavam a partida da arquibancada. Suas falas foram captadas pelas câmeras que transmitiam a partida pelo Youtube. Eles foram expulsos pela Confederação Brasileira de Handebol.

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