Ouro na França, Fabiane Pires busca patrocínio para seguir competindo
Aos 17 anos, judoca brasiliense foi campeã em Paris, local onde ocorreu a Gymnasiade, olimpíadas escolares com atletas de todo o mundo
atualizado
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Com apenas 17 anos, Fabiana Pires começa a trilhar uma carreira de sucesso no judô. Após sucesso em competições em Brasília, local onde nasceu e reside, a jovem conseguiu uma grande feito: ser medalha de ouro na Gymnasiade, considerada os Jogos Olímpicos para atletas em idade escolar, de 16 a 18 anos.
Para participar da competição (realizada entre os dias 14 e 22 de maio em Paris, na França), a brasiliense precisou superar uma série de obstáculos. Além de vencer a seletiva local, teve de vencer a nacional, que ocorreu em Alagoas. Porém, a estudante do ensino médio foi além e ganhou ouro no Judô na competição que trouxe atletas de várias partes do mundo.
Apesar do recente sucesso, Fabiana contou ao Metrópoles que a falta de um patrocínio pode inviabilizar a continuidade da carreira.
“Assim como todo esporte, o judô também não é um esporte barato e sem nenhum tipo de ajuda financeira, parcerias e patrocínios, é muito difícil para um atleta se manter no topo e se destacando. Além de custear as competições, ainda tem a parte nutricional, mental e física, que é fundamental para um atleta de alto rendimento”
A medalhista de ouro conta que sua família não dispõe de condições financeiras para custear todos os gastos necessários.
“Eu e minha família não temos muitas condições de arcar com tudo isso e buscamos sempre fazer rifas para me ajudar, mas nem sempre conseguimos, então algum tipo de ajuda ou patrocínio seria fundamental para mim como atleta que tem o sonho de um dia chegar nas olimpíadas”.
Mas os desafios não param por aí, afinal de contas, além da vida de atleta, a estudante precisa focar na sala de aula também.
“Estou no terceiro ano do Ensino Médio. Não é nada fácil conciliar a escola e a rotina de treinos, mas assim como no judô, tento dar o meu máximo em tudo que eu faço, arrumando um tempinho para me dedicar aos estudos, seja levando as tarefas para o local de treino ou adiantando elas na escola mesmo”.
Apesar das dificuldades que a judoca encara rotineiramente, os resultados em 2022 são expressivos. Ficou em 2º lugar no meeting nacional, 1º na seletiva do Gymnasiade e 1º agora no mundial escolar. No momento, é líder do ranking de Brasília na categoria em que compete.
Os próximos desafios serão a final do aberto nacional sub-23, em Aracaju, além de já estar classificada para o Brasileiro sub-21 e sênior de Judô.
Apoio familiar
Mãe da campeã das olimpíadas escolares, Vânia Oliveira, de 38 anos, no começo não gostava da ideia de ver a filha se tornar uma lutadora. Condições financeiras para pagar mensalidade de academia, além do receio de a pequena se machucar.
Hoje, a costureira diz que “apoia 100%” o sonho de Fabiane, inclusive faz almofadas que são rifadas no intuito de arrecadar fundos para que possam participar das competições, desde viagens até custos com a preparação física e alimentar.
Apesar do propósito de seguir competindo, a jovem campeã pretende fazer faculdade após concluir o ensino médio e conciliar a vida universitária com o judô.
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