NFL: times serão punidos por questionar calouros sobre sexualidade
Prática de fazer perguntas invasivas a calouros antes do recrutamento era vista como comum pelas franquias
atualizado
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A NFL emitiu um alerta para as franquias sobre as entrevistas feitas com atletas antes do draft. Times que se comportarem de maneira desrespeitosa, com perguntas invasivas, poderão perder escolhas de recrutamento e receber multas significativas.
Em um memorando obtido pela Associated Press, a NFL afirma que os times poderão perder uma escolha entre a primeira e a quarta rodada, além de uma multa no valor mínimo de US$ 150 mil caso fique comprovado que o entrevistador da franquia se comportou de forma “desrespeitosa, inapropriada ou não-profissional”.
Nos últimos anos, diversas denúncias de perguntas desrespeitosas feitas aos jovens atletas vieram à tona. Em 2010, Jeff Ireland, na época gerente-geral do Miami Dolphins, pediu desculpas ao recebedor Dez Bryant por perguntar se a mãe dele era uma prostituta.
Em 2016, Dan Quinn, na época técnico do Atlanta Falcons, teve de se desculpar a Eli Apple por fazer perguntas sobre suas preferências sexuais. Em 2018, o corredor Derrius Guice revelou que um time também lhe perguntou sobre sua sexualidade e outro, se sua mãe se prostituía.
Benjamin Watson, ex-tight end que atuou na NFL entre 2004 e 2020, comparou as entrevistas pré-draft a um interrogatório. “Eu me recordo de sentar em uma sala escura, com uma luz apontada para mim. Você se senta lá, como se estivesse sendo interrogado por algum crime e todos os membros da comissão técnica estão atrás, no escuro, e você não pode enxergá-los. Um cara me pegou pelo pulso e disse: ‘Eu consigo sentir o seu pulso, então eu sei que você está mentindo para mim. Você já fumou maconha?’ Eu disse: ‘Não’. Eu realmente nunca havia fumado. Nunca fumei. Ele disse: ‘Eu acho que você está mentindo. Eu consigo sentir o seu pulso. Você tá mentindo para nós?’ Eu disse: ‘Não, não estou”, contou em entrevista à AP.
“Por um momento eu realmente achei que já tivesse fumado maconha e talvez eu precisasse confessar um crime que nunca cometi. Esses tipos de táticas que acontecem e não estão sendo monitoradas definitivamente precisam acabar”, opinou.
Troy Vincent, vice presidente de operações da NFL e também um ex-jogador, afirmou que o processo precisa celebrar os jovens, não humilhá-los.
A liga relembrou às equipes que o acordo coletivo com o sindicato dos atletas, assim como leis federais e estaduais são reforçadas, proibindo discriminações baseadas em raça, cor, religião, orientação sexual, origem, estado civil, deficiências, entre outras.
