“Não sei como será”, diz brasileira sobre surfe em Tóquio-2020
“Para mim é uma honra representar o nosso país. É muito estranho se classificar para uma Olimpíada no surfe”, diz Tatiana Weston-Webb
atualizado
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Ao avançar às quartas de final da disputa feminina da etapa de Peniche do Circuito Mundial, no último domingo (20/10/2019), em Portugal, Tatiana Weston-Webb se tornou a primeira surfista brasileira a assegurar classificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Faltando ainda a conclusão de duas competições para o término desta temporada, ela garantiu uma das vagas reservadas às melhores competidoras da elite mundial da modalidade na Olimpíada e fez história pelo Brasil.
Nascida em Porto Alegre, em 1996, Tatiana é filha da ex-bodyboarder gaúcha Tanira Guimarães e do surfista e pescador havaiano Doug Weston-Webb. Ela se mudou para o Havaí quando tinha apenas dois meses de idade e passou a ter dupla nacionalidade. E, em abril de 2018, a jovem de 23 anos anunciou que decidiu defender o Brasil em todas as competições do surfe, motivada pelo sonho de poder participar de uma Olimpíada – a modalidade fará a sua estreia em uma edição dos Jogos justamente em Tóquio.
Atual oitava colocada do ranking mundial, com 34.610 pontos, Tatiana Weston-Webb já tem vaga na Olimpíada pelo fato de que a pontuação contabilizada até as oitavas de final em Peniche já é suficiente para que ela figure na zona de classificação olímpica por meio desta listagem ao fim desta temporada.
Tatiana disputou em maio do ano passado a sua primeira competição representando o Brasil e agora diz que não sabe como será a sensação que experimentará ao estar presente em Tóquio-2020 como surfista. “Para mim é uma honra representar o nosso país. É muito estranho se classificar para uma Olimpíada no surfe. Não sei como vai ser a emoção quando chegar lá”, afirmou a atleta, que, embora seja filha de uma brasileira, ainda tem dificuldades para falar português.
“Vamos, Brasil. Estou muito feliz com essa notícia. É difícil para entender, para ‘digestar’ (digerir)”, disse Tatiane, em uma das breves comentários proferidos na língua do país onde nasceu, na entrevista coletiva que deu após avançar às quartas de final em Peniche.
Em seguida, voltando a conversar em inglês, ela comemorou a classificação olímpica e fez questão de destacar também a sua grande ligação com o Havaí, onde teve toda a sua formação para se tornar uma profissional. “Estou muito orgulhosa por representar o Brasil, que é o país onde eu nasci e é onde está o meu coração, sem esquecer de onde cresci e realmente me fez ser a surfista que sou hoje”, completou.
Outra brasileira que está na luta para se classificar à Olimpíada de Tóquio-2020 no surfe é Silva Lima, atual 12ª colocada do ranking mundial, que foi eliminada nas oitavas de final em Peniche pela norte-americana Lakey Peterson. Assim, ela buscará a vaga olímpica na etapa final da temporada feminina, em Maui, no Havaí, que está marcada para ocorrer na janela entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro.
Já os brasileiros que estão na briga por vaga olímpica são Gabriel Medina, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira. Os três lutam por dois postos nos Jogos, sendo que cada país poderá contar com no máximo quatro representantes (dois homens e duas mulheres) na capital japonesa. Ao total serão 40 surfistas (20 na disputa masculina e 20 na feminina) na Olimpíada.
No último domingo, Medina, atual líder do ranking mundial, foi eliminado nas oitavas de final da etapa portuguesa do calendário, enquanto Filipinho, o segundo colocado, e Ítalo, o quarto desta listagem, se classificaram para as quartas, marcadas para acontecer na quarta-feira. E vale lembrar que as duas vagas por país nos Jogos de 2020 serão preenchidas desde que ambos os surfistas da nação terminem esta temporada do Circuito Mundial entre os dez primeiros do ranking.