Morre Lamine Diack, chefão do atletismo condenado por corrupção
Lamine Diack morreu aos 88 anos em Dakar, no Senegal, onde nasceu
atualizado
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Morreu nesta sexta-feira (3/12), aos 88 anos, o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), o senegalês Lamine Diack. Após passar alguns anos preso na França cumprindo pena por corrupção na atribuição das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016 (Rio) e 2020 (Tóquio), e também sendo investigado por acobertar casos de doping na Rússia, o dirigente estava em Dakar, onde nasceu, desde maio.
A notícia foi revelada pela imprensa local e depois confirmada pela família de Lamine Diack. A causa da morte não foi revelada. “Sim, o meu pai acaba de ser chamado por Deus, gostaríamos que ele continuasse nos acompanhando, mas ele foi embora”, disse seu filho, Papa Massata Diack, à agência senegalesa de notícias.
Diack sucedeu o italiano Primo Nebiolo, após a sua morte em 1999, como presidente da IAAF, servindo até 2015, quando o britânico Sebastian Coe, atual presidente, foi eleito após ele ter seu nome envolvido em diversos escândalos de corrupção.
Atleta olímpica é assassinada pelo próprio marido, que confessou o crime.
Nascido em Dakar em 1933, Diack teve uma vida ligada ao esporte. Não apenas dirigente, como também na função de atleta. Ele praticou diversas modalidades na infância: atletismo, basquete, futebol, ténis e vôlei. O senegalês se tornou, antes da independência do país, campeão nacional (7,63 metros) e campeão universitário (7,72 metros) no salto em distância na França, em 1958 e 1959, respectivamente.
Em 1973, Diack foi eleito o primeiro presidente da Confederação Africana de Atletismo e ocupou a presidência do Comité Olímpico do Senegal de 1985 até 2002. Desempenhou as funções de Ministro da Juventude e Desportos do país, de Presidente da Câmara de Dakar e ainda se elegeu deputado na Assembleia Nacional do Senegal.
A carreira de Lamine Diack ficou manchada após 2015, quando foi preso em Paris, juntamente com o seu advogado, Habib Cissé, por suspeita de desvio de fundos da IAAF e de receber “suborno” para facilitar o doping na Rússia. Em setembro de 2020, o ex-presidente da IAAF ainda foi considerado culpado por corrupção ativa e passiva, bem como violação de confiança, e condenado a mais quatro anos de prisão — dois deles isentos de cumprimento — bem como a pagar uma multa máxima de 500 mil euros.
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