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Maurren Maggi lidera iniciativa que busca valorização da mulher no esporte

Um dos maiores nomes da modalidade no país, a ex-atleta agora encabeça a campanha #ElasTransforma

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1 de 1 maurrenmaggi_120807_facebook.commaurrenmaggi - Foto: Divulgação/Redes sociais

Maurren Maggi fez história nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, com a medalha de ouro no salto em distância. Um dos maiores nomes da modalidade no país, a ex-atleta agora encabeça a campanha #ElasTransformam, que busca enaltecer a importância da mulher no esporte. Ela faz parte de um projeto da construtora MRV que vai apoiar 12 atletas mulheres até a Olimpíada de Tóquio, em 2021. Seis já foram escolhidas. Nesta entrevista, ela relembra o feito na China, diz que abriu caminho para outras atletas olímpicas e fala sobre os novos projetos.

Novamente teremos uma edição olímpica na Ásia. A última foi em Pequim-2008, quando você ganhou o ouro. Que recordações guarda daquele evento?
As melhores recordações possíveis. Sempre tive boas recordações da Ásia, um povo que ama esporte e tem um carinho muito grande pelos atletas brasileiros. Espero que possamos ter o mesmo sucesso do penta do futebol em 2002 e do meu ouro em 2008, em Pequim.

Você foi campeã olímpica em um momento no qual as mulheres não tinham tantas oportunidades. Existiam muitas barreiras no esporte feminino?Eu buscava não olhar para as dificuldades fora do esporte. Sempre fiz meu trabalho como atleta, focada no meu objetivo, independentemente de ser homem ou mulher. Muito treino, dedicação, abrir mão de muitas coisas… E os resultados vieram. Nunca foi nem será fácil para ninguém, o que dá ainda mais prazer para as conquistas. Minha medalha abriu portas para outras competidoras, com certeza.

Como você vê atualmente as mulheres no esporte olímpico e que conselho daria a elas nesse momento?
Eu diria para elas que, independentemente de qualquer coisa, façam o seu melhor, sempre! Aproveitem as oportunidades, deem valor às parcerias e aos patrocinadores que apostam no esporte e nas mulheres mesmo nesses tempos de dúvida e crise financeira generalizada.

O que consiste esse projeto que você é uma espécie de madrinha de atletas olímpicas?
É um projeto para acompanhar as atletas até chegar em Tóquio, conversando, se aproximando, com apoio da empresa para que elas treinem mais tranquilas. Seis já foram escolhidas: Ana Sátila, da canoagem velocidade; Flavia Saraiva, da ginástica artística; Silvana Lima, do surf; Rayssa Leal, do skate street; Lorrane Ferreira, da natação; e Bruna Takahashi, do tênis de mesa.

Como é encabeçar um projeto novo que tem o objetivo de valorizar o poder transformador da mulher no esporte?
É uma honra participar desse projeto da MRV. Confesso que por um momento achei que ele fosse ser adiado, interrompido, por causa da pandemia do novo coronavírus. A empresa entrou em contato comigo e fez o convite muito antes de aparecer o vírus da covid-19 e também do adiamento dos Jogos de Tóquio. Mas no mesmo dia do adiamento da Olimpíada, me ligaram para avisar que estava tudo mantido e que o projeto estava mais forte do que nunca. É uma das poucas iniciativas que estão dando suporte para a continuidade do trabalho esportivo até a Olimpíada chegar. Além disso, estamos falando de uma parceria de dois anos. Tenho certeza de que novos talentos irão aproveitar essa oportunidade e trarão resultados. Que isso inspire outros patrocinadores a continuar apoiando e acreditando nas mulheres e no esporte brasileiro.

Você acredita em boa campanha do Brasil nos Jogos de Tóquio? As mulheres podem fazer história lá?
Sempre acreditei no Brasil e na força do brasileiro! A torcida é para todos, mas em especial para as mulheres esportistas, né? Nossa, era um prazer enorme carregar nossa bandeira e defender a nação. Não tenho dúvidas de que nossas mulheres continuarão a fazer história nos Jogos Olímpicos. É sempre emocionante ver as atletas competindo e lembrar do meu tempo de atleta.

Como tem sido sua vida após a aposentadoria no atletismo?
Muito corrida, meu Deus! Não dá para parar, sempre tem algo acontecendo. Tudo que não fazia porque era atleta, faço agora. Tenho uma equipe, dou palestras, faço eventos, curto minha família e toco meus negócios.

Você tem servido de inspiração para muitas mulheres no esporte. Isso tem a ver também com sua conquista na China. Tem orgulho disso?
Claro que me orgulho disso! Só eu sei o quanto foi difícil conquistar o que conquistei. Sempre que posso, falo da minha história, minhas dificuldades e desafios a quem queira ouvir. É um aprendizado a quem quer atingir o ouro olímpico. Compartilhar conhecimento, experiência e fazer parte de iniciativas como #ElasTransformam, que apoia a mulher atleta olímpica brasileira, é sensacional.

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